
A operação de marketing do ME da intensificação da oferta de cursos vocacionais, em escolas públicas, é como alguém disse: “a montanha pariu um rato” ou “muita parra e pouca uva”. Todos estávamos à espera de implementação deste tipo de formação, em grande número e a nível nacional, mas o Ministério da Educação ficou-se apenas por duas escolas em Lisboa, uma do Porto e outra
necessidade, tal como cada um de nós, mas nada têm feito! As ex-escolas Industriais e Comerciais têm de ser activadas para bem de todos.
As máquinas estão obsoletas porque não houve actualização. Os responsáveis quanto mais esperam mais difícil se torna a reactivação e quer “eles” queiram ou não este tipo de ensino técnico tem de voltar. Quase todos sentimos isso.
Vários factores vêm dificultando ou impedindo a concretização do direito de aprender: são carências ao nível da formação de professores; de materiais técnico-pedagógicos específicos; de recursos humanos e financeiros; são barreiras arquitectónicas; as escolas sobrelotadas; turmas numerosas; a falta de estruturas adequadas e, finalmente, uma rigidez curricular que, em termos práticos, tem impedido a diversificação do ensino, através de cursos com vertente mais prática, no sentido da adaptação da escola às necessidades educativas de cada aluno ou grupos de alunos na perspectiva de “uma educação para todos”, (UNESCO, 1990).
«O termo “trabalho”, usado no decurso dos séculos para indicar as obras humildes dos Homens e das Mulheres que daí não retiravam qualquer proveito», Maurice Godelier 1986, estava relacionada com o exercício de actividades penosas.
Apesar da importância quantitativa das “escolas de caridade” na produção de disposições sociais para a escolarização, foi nos colégios que se desenvolveu a moderna tecnologia de ensino. Criados no sec. XIII por doadores que em lugar de apoiarem individualmente os estudantes pobres, preferiram abrir estabelecimentos que assegurassem o seu alojamento e alimentação.
A participação democrática dos alunos está ferida de morte por culpa do insucesso e do abandono escolar. Estes dois fenómenos são as principais causas da desmotivação dos jovens.
Jacinto Figueiredo, 02-02-2006.
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