quarta-feira, outubro 31, 2012

AAPRE Associação (assinar petição)


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«Em Defesa dos Direitos dos Aposentados, Pensionistas e Reformados»

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sábado, outubro 27, 2012

AAPR Carta à Agência Lusa



À Agência Lusa (com o pedido de divulgação)
            No dia 25 de Outubro reuniu em Coimbra a Comissão Instaladora da Pró Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados com o objectivo de avançar para criação/legalização da Associação cuja designação se pretende seja APRe! Foram organizados vários grupos de trabalho, entre os quais, os grupos para a elaboração de estatutos, para a elaboração da base de dados, iniciativas e actividades a desenvolver e comunicação.
            Foi criado um blogue – http://apre-associacaocivica.blogspot.pt, uma página no Facebook – www.facebook.com/groups/445465558822293/ e uma página de correio electrónico com o endereço apre2012@gmail.com
            Foram ainda enviados pedidos de audiência ao Senhor Presidente da República e à Senhora Presidente da Assembleia da República, com o carácter de urgência que o momento  justifica.
A coordenadora da Pró-Associação
Maria do Rosário Gama

AAPR 1.ª Reunião da Comissão Instaladora



1ª REUNIÃO DA COMISSÃO INSTALADORA DA APRe!
INFORMAÇÃO
No dia 25 de Outubro de 2012, pelas 15H00, na Sala de Reuniões da A.C.M., em Coimbra, reuniu a Comissão Instaladora da APRe! (saída da reunião de 22-10). A reunião foi presidida por Rosário Gama.
Com o objectivo de avançar para criação/legalização da APRe!, organizaram-se vários grupos de trabalho provisórios. Estes grupos, sempre que tal se justifique, apresentarão propostas que serão enviadas a todos os aposentados, pensionistas e reformados que, até à data, manifestaram o desejo de integrar o movimento.
GRUPOS DE TRABALHO
ELABORAÇÃO DE ESTATUTOS – terá como função apresentar, até meados da próxima semana, uma proposta de estatutos que deverá ser estudada, analisada e enriquecida, com vista a posterior votação em Assembleia Geral de sócios.
Integram este grupo: Maria Ilda Carvalho, Teresa Portugal, Abílio Soares e José Vieira Lourenço
ELABORAÇÃO DA BASE DE DADOS – terá como função criar uma base de dados operacional de todos os inscritos no movimento e posteriormente de todos os sócios da APRe!. O processo já está em desenvolvimento.
Integram este grupo: Manuela Vilarinho e José Gama
INICIATIVAS E ACTIVIDADES – terá como função criar, até ao final da próxima semana, as condições que permitam conseguir audiências com o Senhor Presidente da República e a Senhora Presidente da Assembleia da República de forma a manifestar o nosso repúdio pelas medidas do OE de 2013 relativas a aposentados, pensionistas e reformados e a nossa convicção da necessidade de fiscalização prévia deste OE pelo Tribunal Constitucional. Mobilizar a comunicação social para essas iniciativas fazendo eco do movimento das razões que nos movem.
Integram este grupo: Rosário Gama, Maria João Neto, Manuel Palma, António Rocha e Eduarda Neves
TESOURARIA – Terá como função abrir uma conta bancária, que cessará no momento em que a APRe! tiver existência jurídica, criar uma ficha de inscrição, que será enviada a todos os aposentados, pensionistas e reformados que, até à data, manifestaram o desejo de integrar o movimento. No cumprimento do que foi avançado na Assembleia de 22-10, a inscrição considerar-se-á concretizada após o reenvio dessa ficha devidamente preenchida e respectiva prova de pagamento de uma jóia de 5 euros. Gerir o deve e o haver da conta bancária. Este processo iniciar-se-á na próxima 2ª feira.
Integram este grupo: Rosário Gama, António Rocha, Manuel Palma e Manuela Vilarinho

Para além dos grupos vão ser criados:
PÁGINA DE FACEBOOK  - página de divulgação e espaço debate da APRe!. Estará na rede até ao final da próxima semana.
Fernando Martins é o responsável por este trabalho.
BLOGUE  blogue  de divulgação  de posições, reflexões e actividade da APRe!.  Estará na rede até ao final da próxima semana.
Pedro Martins é o responsável por este trabalho.

NOTA: Já foi criado o blog da APRE!, pelo colega Pedro Dos Martins.. visitem...
aqui fica o endereço:
Foi criada uma página no Facebook.- www.facebook.com/groups/445465558822293/

Coimbra 25-10-2012
A presidente da reunião
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quinta-feira, outubro 25, 2012

AAPR Ata n.º 0



ACTA 0

No dia 22 de Outubro de 2012, pelas 18H00, na Sala de Reuniões da A.C.M., em Coimbra, reuniram, a convite feito por Rosário Gama, através da Internet e da Comunicação Social, algumas centenas de Aposentados, Pensionistas e Reformados Portugueses.
A mesa foi presidida por Rosário Gama que teve a secretariá-la Ventura de Almeida e Júlio Rolo dos Santos. Nela teve ainda assento António Ramos.
Aberta a reunião usou da palavra Teresa Alegre Portugal que, em nome da direção da A.C.M. deu as boas vindas a todos os presentes e lamentou o facto da Associação não ter uma sala maior que albergasse tão grande número de participantes.
Seguidamente usou da palavra a promotora da reunião, Rosário Gama, informando que o Movimento de Aposentados, Pensionistas e Reformados surgiu de uma forma espontânea, em resposta às medidas (do OGE para 2013) muito gravosas, particularmente para todos os presentes daquela reunião, tendo como principal objetivo a defesa dos seus direitos, propondo-se:
1.1 Mobilizar a sociedade, em especial os aposentados, pensionistas e reformados, para a importância e urgência na defesa do Estado Social, como o conhecemos e construímos nos últimos 38 anos. A destruição desse Estado Social representa a destruição do Estado Democrático.
1.2 Denunciar os recentes desenvolvimentos e ataques feitos, em especial, pelo atual governo às políticas públicas de inclusão e segurança social, bem como os que estão anunciados em sede de Orçamento Geral de Estado para 2013 no que respeita a pensões e reformas;
1.3 Promover o esclarecimento da sociedade (dos ativos e dos reformados) sobre as intenções que estão por traz das actuais práticas de corte de pensões e reformas: que é o destruir o contrato social, inerente a todas as pensões, entre o Estado e aqueles que durante uma vida longa de trabalho e sacrifícios (de boa fé) fizeram os seus descontos;
1.4 Repudiar o discurso do "catastrofismo da segurança social" e da retórica da "necessidade de substituição dos sistemas públicos de segurança social por esquemas privados de capitalização de poupanças" que, inevitavelmente, conduzem os pensionistas e reformados ao papel de especuladores passivos, intencionalmente manipuláveis pelos donos dos mercados financeiros [bancos e companhias seguradoras];
1.5 Lutar em todos os terrenos (na rua, nos tribunais, na Assembleia da República, nas assembleias municipais e de freguesia, na comunicação social, nas redes sociais) contra as ilegalidades já cometidas ou em preparação, tanto na administração pública como no sector privado, no domínio das alterações às regras e aos valores das pensões e reformas;
1.6 Denunciar o "argumento demográfico" usado para, na lógica austeritária, diminuir progressivamente os valores das prestações sociais, em especial das pensões e reformas", e contrapô-lo com a necessidade de políticas de crescimento e desenvolvimento económico sustentado;
1.7 Apoiar o vasto movimento associativo de pensionistas e idosos na defesa dos seus direitos, constitucionais e outros, (na saúde, na habitação, na mobilidade, etc.) e das condições de vida digna;
1.8 Denunciar e remeter para os tribunais todos os abusos e atropelos à lei e às regalias devidas e usufruídos como "pensões e reformas" por pessoas individuais e pugnar pelas alterações legais que impeçam tais práticas antissociais.
Terminada a apresentação foi aberto um período de intervenções, que teve a participação de inúmeros presentes com diversas opiniões e propostas.
Terminado este período voltou a usar da palavra Rosário Gama que, sintetizando todas as intervenções, propôs que o movimento se constitui-se em associação, de forma a obter personalidade jurídica, propondo, ainda, como sigla e nome AAPR – Associação dos Aposentados, Pensionistas e Reformados, a ser enviado ao Registo Nacional de Pessoas Colectivas.
Propôs também a constituição de uma Comissão Administrativa a sair desta reunião para prossecução de todas as necessárias diligências, incluindo a elaboração dos Estatutos.
Postas à votação as propostas foram aceites por unanimidade e aclamação.
Foi, ainda, lido um texto a enviar à Comunicação Social que foi distribuído e, depois de ligeiras alterações propostas em novo período de intervenções, foi aprovado.
Terminado o novo período de intervenções, Rosário Gama, em síntese final, avançou como acções imediatas: o pedido de uma audiência à Sr.ª Presidente da Assembleia da República; e, a realização de reuniões distritais para criação de delegações. Foram ainda enunciadas várias outras medidas, entre as quais: o esclarecimento público, através de todas as plataformas ao nosso alcance; a criação de um site próprio ou página no Facebook; e, uma providência cautelar, junto do tribunal administrativo, logo que seja aprovado e promulgado o OGE para 2013.
Nada mais em discussão foi a reunião encerrada às 20H13.

AAPR 1.º Encontro em Coimbra

Data: 23 de Outubro de 2012 23:06
Assunto: 1ª reunião
Caros Amig@s Aposentados, Reformados e Pensionistas
Gostaria de vos ter dado notícias mais cedo mas hoje estive todo o dia a actualizar a minha lista de contactos no computador.
A reunião do dia 22 correu acima das minhas expectativas, estiveram presentes mais de 500 pessoas embora na sala só conseguissem estar 300. Tenho pena de não ter podido entrar toda a gente mas, quando iniciámos este processo parecia-nos ser suficiente a dimensão, ainda por cima, sem custos.
Foi decidido criar uma Associação a fim de podermos recorrer aos tribunais e abrir uma conta. A Associação a que gostaríamos de chamar APRE! Só poderá ser assim designada depois da aceitação no Registo Nacional de Pessoas colectivas.
Foi referido na reunião que este movimento surgiu de uma forma espontânea como resposta às medidas do OE 2013 muito gravosas, particularmente para os reformados, que tem como principal objectivo a defesa dos seus direitos e propõe-se:
1.1 Mobilizar a sociedade, em especial os reformados e pensionistas, para a importância e para a urgência da defesa do Estado Social, como o conhecemos e construímos nos últimos 38 anos. A destruição desse Estado Social representa a destruição do Estado Democrático.
1.2 Denunciar os recentes desenvolvimentos e ataques feitos pelo governo às políticas públicas de inclusão e segurança social, bem como os que estão anunciados em sede de Orçamento de Estado para 2013 no que respeita a pensões e reformas;
1.3 Promover o esclarecimento da sociedade, dos activos e dos reformados, sobre as intenções que estão por tráz das actuais práticas de corte de pensões e reformas: destruir o contrato social, inerente a todas as pensões, entre o Estado e aqueles que durante uma vida longa de trabalho e sacrifícios fizeram os seus descontos;
1.4 Repudiar o discurso do "catastrofismo da segurança social" e da retórica da "necessidade de substituição dos sistemas públicos de segurança social por esquemas privados de capitalização de poupanças", que inevitavelmente conduzem os pensionistas e reformados ao papel de especuladores passivos, intencionalmente manipuláveis pelos donos dos mercados financeiros - bancos e companhias seguradoras;
1.5 Lutar em todos os terrenos (na rua, nos tribunais, na Assembleia da República, nas assembleias municipais e de freguesia, na comunicação social, nas redes sociais) contra as ilegalidades já cometidas ou em preparação, tanto na administração pública como no sector privado, no domínio das alterações às regras e aos valores das pensões e reformas;
1.6 Denunciar o "argumento demográfico" usado para, na lógica austeritária, diminuir progressivamente os valores das prestações sociais, em especial das pensões e reformas", e contrapô-lo com a necessidade de políticas de crescimento e desenvolvimento económico sustentado;
1.7 Apoiar o vasto movimento associativo de pensionistas e idosos na defesa dos seus direitos, constitucionais e outros, (na saúde, na habitação, na mobilidade, etc.) e das condições de vida digna;
1.8 Denunciar e remeter para os tribunais todos os abusos, atropelos à lei e regalias indevidas usufruídos como "pensões e reformas" por pessoas individuais e pugnar pelas alterações legais que impeçam tais práticas anti-sociais.
Foi decidido
Foi decidida a transformação do Movimento numa Associação a fim de ter personalidade jurídica;
Foi proposto e aceite o nome de APRE! para a Associação, nome esse que vai ser enviado ao Registo Nacional de pessoas colectivas;
Foi constituída uma comissão instaladora para elaborar os Estatutos;
Irá avançar-se já com um pedido de audiência à Srª Presidente da Assembleia da República.
Foram ainda enunciadas outras medidas como:
Convidar as organizações, associações e grupos de pensionistas a fazerem chegar aos deputados de todos os grupos parlamentares, testemunhos pessoais, escritos ou gravados em audio-vídeo, sobre os valores das suas pensões, os cortes que irão sofrer e as consequências de tais cortes;
Convidar os deputados a tomarem a iniciativa de envio ao TC do OE2013 para verificação da constitucionalidade das disposições relacionadas com as várias medidas de austeridade, nomeadamente no que respeita a pensões e reformas;
Promover uma campanha de recolha de assinaturas contra as referidas medidas, e enviar esse abaixo-assinado a todos os órgãos de soberania, da República e das Regiões Autónomas.
Organizar uma campanha de esclarecimento público, nas redes sociais e nos media, sobre o tema das pensões e em especial, sobre o significado do contrato social inerente ao conceito de pensão ou reforma;
Criar um site próprio, ou uma página no Facebook, que faça o esclarecimento de dúvidas, que dê informações sobre o processo e os seus desenvolvimentos e que procure unificar iniciativas e congregar esforços num mesmo sentido.
Avançar com uma providência cautelar para o tribunal administrativo.
Criar delegações distritais.
Entretanto, no que se refere à organização distrital, comunicaremos através desta via, a forma como agilizaremos o processo.
Teremos a primeira reunião da Comissão instaladora já na próxima 5ª feira e do que se for passando, darei conhecimento. Entretanto, assim que tiver a acta enviá-la-ei.
Temos neste momento 1000 contactos via e-mail e o número vai continuar a avançar porque a comunicação social tem dado uma boa cobertura. Hoje falei para a TVI, para o Sol, para o Diário de Notícias e para o Campeão das Províncias (jornal regional).
Quero pedir aos meus amigos para não me enviarem mails sobre assuntos que não têm a ver com o movimento porque estou ainda no processo de fazer a base de dados e hoje apercebi-me que já tinha nomes repetidos nos meus contactos, o que não convém porque é muito trabalhoso.
Este é um movimento imparável e “como diz Bruto da Costa, patrocina a "revolução grisalha"contra a prepotência, pela cidadania”.(Frase enviada por um Amigo e futuro Associado”
Saudações
Rosário Gama
Saudações
Rosário Gama

quarta-feira, outubro 24, 2012

Má Despesa Pública: Mais denúncias sobre o Inatel

Má Despesa Pública: Mais denúncias sobre o Inatel: O Má Despesa Pública continua a receber e-mail de denúncias de trabalhadores da Fundação Inatel que fazem chegar ao ministro da tutela,...

segunda-feira, outubro 22, 2012

Reformados e Pensionistas - Lançar Movimento


Urgente Reencaminhar

Car@s Amig@s Reformados e Pensionistas

            A situação em que o Orçamento do Estado vai colocar o país é particularmente gravosa para os Reformados e Pensionistas que, para além dos novos escalões do IRS e da sobretaxa, ainda vão ser sujeitos a um corte no seu salário desde que superior a 1350 euros ilíquidos. Estas medidas põem em causa a esperança num final de vida digno e prejudicam gravemente a possibilidade de apoio aos filhos e netos desempregados, numa voragem assustadora.
            A falta de uma estrutura que nos represente levou-nos a pensar na criação de um amplo movimento cívico, com carácter reivindicativo, que possa pressionar os órgãos de soberania e tomar outras medidas, nomeadamente o recurso a tribunais (nacionais e europeus) de forma a garantir os nossos direitos.
            A contribuição ao longo da nossa vida foi um depósito que entregámos mensalmente ao Estado, supondo ser uma “pessoa de bem” que nos garantiria na reforma um vencimento em função do que foram os descontos. Mas não! O Estado quer acabar com a classe média e esmaga os mais fracos, grupo onde nos encontramos.
            Este pró- Movimento (por enquanto sem nome) vai reunir pela primeira vez no dia 22 de Outubro, pelas 18H00 na ACM (Rua Alexandre Herculano – entre os Arcos do Jardim e a Praça da República, em Coimbra) a fim de se avançar para a formalização do mesmo e de ser aprovado um esquema organizativo que permita a eficácia das decisões.
            O contributo de todos os que puderem estar presentes é decisivo pois estamos num momento crucial das nossas vidas e temos que dar voz ao futuro. Quem não puder estar presente pode enviar o seu contributo através deste endereço electrónico.
            Quero pedir-vos que difundam este encontro através da vossa rede de contactos, redes sociais e blogs, a todos os reformados e pensionistas que conheçam, seja qual tiver sido a sua profissão. Todos juntos teremos mais força.
            Hoje lançámos a primeira “pedra” através da minha presença durante dois minutos no noticiário das 13H00 na SIC. O feedback tem sido positivo.
            Contamos com todos.

            Rosário Gama - Coimbra

domingo, outubro 21, 2012

Carta de despedida à Presidência da República



Excelência,
Não me conhece, mas eu conheço-o e, por isso, espero que não se importe que lhe dê alguns dados biográficos. Chamo-me Pedro Miguel, tenho 22 anos, sou um recém-licenciado da Escola Superior de Enfermagem do Porto. Nasci no dia 31 de Julho de 1990 na freguesia de Miragaia. Cresci em Alijó com os meus avós paternos, brinquei na rua e frequentava a creche da Vila. Outras vezes acompanhava a minha avó e o meu avô quando estes iam trabalhar para o Meiral, um terreno de árvores de fruto, vinha (como a maioria daquela zona), entre outros. Aprendi a dizer “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” quando me cruzava na rua com terceiros. Aprendi que a vida se conquista com trabalho e dedicação. Aprendi, ou melhor dizendo, ficou em mim a génesis da ideia de que o valor de um homem reside no poder e força das suas convicções, no trato que dá aos seus iguais, no respeito pelo que o rodeia.
Voltei para a cidade onde continuei o meu percurso: andei numa creche em Aldoar, freguesia do Porto e no Patronato de Santa Teresinha; frequentei a escola João de Deus durante os primeiros 4 anos de escolaridade, o Grande Colégio Universal até ao 10º ano e a Escola Secundária João Gonçalves Zarco nos dois anos de ensino secundário que restam. Em 2008 candidatei-me e fui aceite na Escola Superior de Enfermagem do Porto, como referi, tendo terminado o meu curso em 2012 com a classificação de Bom. Nunca reprovei nenhum ano. No ensino superior conclui todas as unidades curriculares sem “deixar nenhuma cadeira para trás” como se costuma dizer.
Durante estes 20 anos em que vivi no Grande Porto, cresci em tamanho, em sabedoria e em graça. Fui educado por uma freira, a irmã Celeste, da qual ainda me recordo de a ver tirar o véu e ficar surpreendido por ela ter cabelo; tive professores que me ensinaram a ver o mundo (nem todos bons, mas alguns dignos de serem apelidados de Professores, assim mesmo com P maiúsculo); tive catequistas que, mais do que religião, me ensinaram muito sobre amizade, amor, convivência, sobre a vida no geral; tive a minha família que me acompanhou e me fez; tive amigos que partilharam muito, alguns segredos, algumas loucuras próprias dos anos em flor; tive Praxe, aquilo que tanta polémica dá, não tendo uma única queixa da mesma, discutindo Praxe várias vezes com diversos professores e outras pessoas, e posso afirmar ter sido ela que me fez crescer muito, perceber muita coisa diferente, conviver com outras realidades, ter tirado da minha boca para poder oferecer um lanche a um colega que não tinha que comer nesse dia. Tudo isto me engrandeceu o espírito. E cresci, tornei-me um cidadão que, não sendo perfeito, luto pelas coisas em que eu acredito, persigo objetivos e almejo, como todos os demais, a felicidade, a presença de um propósito em existirmos. Sou exigente comigo mesmo, em ser cada vez melhor, em ter um lugar no mundo, poder dizer “eu existo, eu marquei o mundo com os meus atos”.
Pergunta agora o senhor por que razão estarei eu a contar-lhe isto. Eu respondo-lhe: quero despedir-me de si. Em menos de 48 horas estarei a embarcar para o Reino Unido numa viagem só de ida. É curioso, creio eu, porque a minha família (inclusive o meu pai) foi emigrante em França (onde ainda conservo parte da minha família) e agora também eu o sou. Os motivos são outros, claro, mas o objetivo é mesmo: trabalhar, ter dinheiro, ter um futuro. Lamento não poder dar ao meu país o que ele me deu. Junto comigo levo mais 24 pessoas de vários pontos do país, de várias escolas de Enfermagem. Somos dos melhores do mundo, sabia? E não somos reconhecidos, não somos contratados, não somos respeitados. O respeito foi uma das palavras que mais habituado cresci a ouvir. A par dessa também a responsabilidade pelos meus atos, o assumir da consequência, boa ou má (não me considero, volto a dizer, perfeito).
Esse assumir de uma consequência, a pro-atividade para fazer mais, o pensar, ter uma perspetiva sobre as coisas, é algo que falta em Portugal. Considero ridículas estas últimas semanas. Não entendo as manifestações que se fazem que não sejam pacíficas. Não sou a favor das multidões em protesto com caras tapadas (se estão lá, deem a cara pelo que lutam), daqueles que batem em polícias e afins. Mais, a culpa do país estar como está não é sua, nem dos sucessivos governos rosas e laranjas com um azul à mistura: a culpa é de todos. Porquê? Porque vivemos com uma Assembleia que pretende ser representativa, existindo, por isso, eleições. A culpa é nossa que vos pusemos nesse pódio onde não merecem estar. Contudo o povo cansou-se da ausência de alternativas, da austeridade, do desemprego, das taxas, dos impostos. E pedem um novo Abril. Para quê? O Abril somos nós, a liberdade é nossa. E é essa liberdade que nos permite sair à rua, que me permite escrever estas linhas. O que nós precisamos é que se recorde que Abril existiu para ser o povo quem “mais ordena”. E a precisarmos de algo, precisamos que nos seja relembrado as nossas funções, os nossos direitos, mas, sobretudo, principalmente, com muita ênfase, os nossos deveres.
Porém, irei partir. Dia 18 de Outubro levarei um cachecol de Portugal ao pescoço e uma bandeira na bagagem de mão. Levarei a Pátria para outra Pátria, levarei a excelência do que todas as pessoas me deram para outro país. Mostrarei o que sou, conquistarei mais. Mas não me esquecerei nunca do que deixei cá. Nunca. Deixo amigos, deixo a minha família. Como posso explicar à minha sobrinha que tem um ano que eu a amo, mas que não posso estar junto dela? Como posso justificar a minha ausência? Como posso dizer adeus aos meus avós, aos meus tios, ao meu pai? Eles criaram, fizeram-me um Homem. Sou sem dúvida um privilegiado. Ainda consigo ter dinheiro para emigrar, o que não é para todos. Sou educado, tenho objetivos, tenho valores. Sou um privilegiado.
E é por isso que lhe faço um último pedido. Por favor, não crie um imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade. Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia. Permita-me, sim? E verá que nos meus olhos haverá saudade e a esperança de um dia aqui voltar, voltar à minha terra. Voltarei com mágoa, mas sem ressentimentos, ao país que, lá bem no fundo, me expulsou dele mesmo.

Não pretendo que me responda, sinceramente. Sei que ser político obriga a ser politicamente correto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho.

Cumprimentos,
Pedro Marques