domingo, fevereiro 05, 2006

SANTANA EM APUROS

São acontecimentos em demasia em tão curto espaço de tempo num País que continua à beira mar plantado mas, sem o adubo orgânico, não poluente, para que refloresça do estado, abusivamente, de desgraça que o PS deixou já lá vão quase três anos. Digo abusivo porque será que com três orçamentos, “vendendo todos os anéis quase já não temos dedos”, desta maioria ainda não conseguiram controlar a situação ou é por falta de capacidade para resolver os problemas que todos dizem haver?

Realmente este primeiro-ministro, agora posto à prova, tem revelado falta de “queda” para exercer o lugar que ocupa mas, não é difícil de perceber. Defrontou várias vezes os seus adversários para chegar à liderança e nunca conseguiu, é PM sem se submeter ao voto do povo, agora até os seus apoiantes, como é o caso do Ministro do desporto que foi há quatro dias reempossado no cargo e decidiu hoje criticar o seu chefe de governo de “falta de lealdade e descoordenação”. Isto acontece quando o Sr. ministro José Luís Arnault escreveu uma carta ao seu colega Álvaro Barreto a critica-lo e, perante a atitude o PM ameaçou demitir um ministro, mas como não sabiam qual o do desporto antecipou-se à jogada.

Do caso Marcelo, ficou claro que houve pressão do governo, nomeadamente, do ministro Gomes da Silva que para fazer calar a voz incómoda e critica do bem falante comentador de televisão Dr. Marcelo com o consentimento do primeiro ministro, porque se assim não fosse no mínimo devia ter sido demitido, mas o que se passou foi bem diferente, continua ministro, depois de uma mini remodelação, retirou-lhe responsabilidades na tentativa de o “resguardar” palavra do PM. Então os ministros são para resguardar ou para dar a cara quando trabalham com lealdade e competência?

Apesar da obsessão pela imagem de uma pessoa que todos conhecem como obstinada por tudo tentar fazer para aparecer nos media, nomeadamente, nas televisões, pretendia o PM criar uma central de comunicação. Esta proposta foi chumbada pelo Sr. Presidente da Republica em boa hora, embora o argumento apresentado e não justificativo para tal atitude fosse o de mais despesa, mas que noutro contexto até seria possível.

Colocou em lugar, por muitos apetecido, a ex-ministra da Justiça que segundo os críticos foi a pior desde o 25 de Abri, alguns chegaram a dizer que qualquer coisa que se faça pela justiça é sempre para melhorar dado o estado lamentável e de desacreditação a que esta instituição chegou. Dizem os entendidos que bateu no fundo e não é difícil de perceber se recordarmos quem se esquiva às teias da lei através de artimanhas e recursos que só quem tem poder e dinheiro consegue.

No congresso, porque não tinha alternativa, tentou seduzir o Dr. Cavaco Silva para candidato à presidência da Republica, mas o que transparece é que este não gosta de ver este PM naquele lugar.

Diz Cavaco Silva e com muita razão que “os políticos competentes devem destronar os incompetentes”, mas o que se passa é precisamente o contrário porque os incompetentes inscrevem-se e militam nas cores partidárias exigindo os “taxos” porque são militantes e trabalham para o partido, julgam assim, que os lugares melhores e de decisão devem pertencer-lhe. Muitos dos competentes nem sequer militam em partidos. Os políticos deviam ser melhor pagos para que os lugares fossem mais apetecidos, concorridos e isto não sairia mais caro ao país se, entretanto fosse reduzido o n.º de deputados da Assembleia da Republica, por exemplo.

São muito mais os problemas com que este governo se tem deparado e em democracia até são normais, mas o que não é normal é a falta de capacidade, gestão e liderança que os responsáveis não têm e que afirmam a pés juntos ter, isso é falta de humildade. Tem a palavra o Sr. PR.

Jacinto Figueiredo, 28 NOV/04.

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