terça-feira, fevereiro 14, 2006

Energia “EÓLICA”Saudável

Ao imaginarmos uma paisagem pré-histórica onde alguns Homens, a priori, dificilmente percebemos a existência de qualquer litígios entre a sua presença e a paisagem que os envolve. Verificamos que a nossa paisagem vai evoluindo gradualmente, nuns locais mais rapidamente que noutros, constatamos a estabilização de um modo de produção feudal de que a Idade Média parece ser a máxima evolução. Dominada a técnica do fogo, o Homem abre clareiras e nelas planta e semeia substituindo-se à Natureza, melhorando as espécies que para si são mais apetecidas. Com a Revolução Industrial, a produção em série e a massificação do consumo, o Homem descobriu que podia ser ajudado pelas máquinas, dispondo da capacidade para as construir e da energia necessária para as pôr em funcionamento. Parecendo fácil de conseguir não só na lenha, carvão (…) como também, posteriormente, na exploração do petróleo ainda mais rico em energia. As fontes destes recursos pareciam inesgotáveis e eram colocados na mão do Homem pela “Mãe-Natureza”, para que deles se aproveitasse, sem qualquer problema. A capacidade de produzir era tão grande que se podia trabalhar dia e noite. Depois da Revolução Industrial o Homem tem que se preocupar com a redução do consumo das matérias-primas.

O Homem, como qualquer organismo, é um elemento da biosfera. O rápido crescimento da população humana, não acompanhado pelo aumento da produtividade da biosfera, tem levado à destruição dos recursos naturais.

Um de entre muitos projectos de parques eólicos (aproveitamento da energia, renovável, do vento) como o do Caramulo foi apresentado no dia 4 de Fevereiro de 2005 pelas Câmaras de Vouzela, Oliveira de Frades e Tondela.

Trata-se de um empreendimento a implementar pelo Grupo Generg, cujos responsáveis pela infra-estrutura garantem uma potência de 90 megawatts, prevendo-se uma produção eléctrica de 220 Gigawatts/hora.

É uma, entre outras, energia limpa que Portugal pode e deve explorar também, noutras elevações do País, pois só na Região Centro existem 15 Serras: Açor; Gardunha; Mesas; Aires; Montejunto; Buçaco; São Mamede; Lousã; Caramulo; Cabeço da Rainha; Alvelos; Malcata; Penha Garcia; Estrela e Candeeiros.

O grupo Generg tem como objectivo «a construção e exploração de aproveitamentos de produção de electricidade a partir de fontes renováveis, valorizando recursos endógenos nacionais naturais». Uma das principais políticas seguidas por esta empresa é o estabelecimento de parcerias com as Câmaras Municipais para aproveitamento do recurso eólico, «numa lógica solidária de desenvolvimento regional».

“As previsões dos responsáveis do grupo vão no sentido da exploração dos parques eólicos resultar anualmente em mil GigaWatts por hora de energia, correspondendo à utilização de 330 mil toneladas de fuel ou 385 mil toneladas de carvão, evitando assim a emissão para a atmosfera de 590 mil toneladas de dióxido de carbono, 10 toneladas de dióxido de azoto e 3 toneladas de metano por ano.

Segundo a Generg, para absorver esta quantidade de dióxido de carbono seriam necessários cerca de 79 mil hectares de árvores, uma área superior aquela que é actualmente ocupada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês”, citado in JC.

Em Quioto, Portugal conseguiu a permissão para aumentar em 40% (comparativamente aos valores de 1990), as emissões dos gases que contribuem para o efeito de estufa até ao ano de 2012. Este facto não contribui para o melhoramento da qualidade ambiental do nosso País, uma vez que não incentiva a adopção de eficientes políticas energéticas (e. g. utilização de energias alternativas, conservação de energia, fiscalização), questão central no controlo das alterações climáticas.

A Conferência do Rio e 5.º Programa Europeu de Ambiente obedecem a princípios básicos dos 3 R’s: Reduzir; Reutilizar e Reciclar.

O desenvolvimento sustentável não é um estado de harmonia fixo, mas antes um processo de mudança em que a exploração de recursos, a orientação dos investimentos, o desenvolvimento tecnológico, além das transformações institucionais, têm de dar resposta às necessidades tanto presentes como futuras. O processo não é fácil nem simples. Em ultima análise, o desenvolvimento sustentável tem de se basear na vontade política.

Jacinto Figueiredo, 11/2/2005.

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