terça-feira, fevereiro 07, 2006

Viseu, olhares cruzados sobre a Universidade Pública.

No passado dia 17/03/04 o auditório do Teatro Viriato esteve repleto devido à importância do tema, cujos organizadores; Câmara Municipal de Viseu e Jornal Público escolheram, “Haverá lugar para uma universidade pública em Viseu?”

Abriu a sessão o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Ruas, pessoa que considero, que depois de alguns considerandos, fez questão de informar que independentemente da discussão ou posições que cada um possa tomar, a dele se mantinha pela defesa intransigente da criação da U.P. em Viseu.

O moderador deu a palavra ao Sr. Dr. Almeida Costa que revelou conhecimentos profundos sobre o ensino superior. A sua intervenção baseou-se no estudo da Associação Industrial para duas ou três décadas. Apresentou dados, positivos e negativos, por muitos reconhecidos.

Há falta de empresas comerciais e industriais em Viseu, um dos argumentos negativos, mas por outro lado a U.P. não deve nem pode ser de âmbito regional, deve sim, ultrapassar muitas fronteiras e assim justifica-se.

Falou das diferenças entre cursos politécnicos e universitários, sendo que os primeiros têm sido conotados como de 2.ª categoria (mentalidade de alguns ou em alguns politécnicos).

Apresentou várias hipóteses de criação da U.P. em Viseu.

O Doutor Joaquim Azevedo, apresentou com mais sofft, utilizando as novas Téc. de Inf. e um conjunto de questões, tipo teste, partindo de que há um problema, e qual é o problema em Viseu?

As questões que segundo informou eram da sua lavra. Como negativos apontou alguns ex.: baixa natalidade, envelhecimento da população, etc.

A todas as questões foi aplicada o mesmo critério de avaliação; verdadeiro e falso, consideramos pouco correcto porque neste assunto não há apenas duas cores, o preto e branco, há também cores intermédias.

As questões positivas, ex. crescimento do pré-escolar, todos os partidos são favoráveis, (situação que há bem pouco tempo não se verificava) e porque o primeiro-ministro prometeu.

Partindo do princípio que a U.P. será criada, estamos já numa fase mais adiantada do processo, questionou que U.P. estatal, como ele distingue entre público/privado e público/estatal, pretende Viseu?

1.ª Hipótese, ensino universitário no seio do IPV?

2.ª Hipótese, uma nova universidade?

3.ª Hipótese, uma universidade politécnica?

4.ª Hipótese, universidade bipolar? (ex. Algarve).

Sugeriu que deverá ser um projecto novo, distinto das Universidades clássicas existentes, e que designou de terceira geração, faseada, e uma estrela de rede de projectos nacionais e internacionais. Deverá apostar na investigação, pós-graduações, mestrados e doutoramentos.

Pensamos ser pouco, pois deverá conter alguns cursos, ex. na área da saúde (terapeutas de fala, fisioterapeutas, Terapeutas ocupacionais, etc.), o direito (advogados e solicitadores), etc. e deve ser integrada neste projecto a faculdade de medicina qeu se pretende criar em Viseu, pois não há razão aparente para que esta saia do âmbito público/estatal e seja entregue ao privado, não vemos justificação para tal atitude se ela se vier a verificar, mesmo que a U. Católica de Viseu ameace fechar como referiu um membro da plateia (pensamos mesmo que fechará em Viseu, reforçando ou abrindo em Lisboa ou arredores, ex. Sintra como preferência do Sr. Dr. Braga da Cruz, onde os parentes dos Srs. Deputados, dos Srs. Ministros e outros importantes precisam de emprego).

Os oradores alertaram Viseu e a região para o seguinte:

Têm de ser todas as pessoas desta vasta região em franco desenvolvimento a reivindicar, discutir e criar condições para, não esperem outros, nomeadamente os vizinhos (invejosos) e mesmo alguns de Viseu que legitimamente defendem os seus interesses, olhando apenas para o seu umbigo, mas que não podem sobrepor-se ao colectivo, e que tudo farão para entravar este processo.

Criar uma Universidade por Decreto Lei é fácil, deve haver estudos, como afirmou haver o Sr. Dr. Ruas, desde que está na Câmara todos os Min. da Ed. Foram favoráveis à criação da UPV, nomeadamente, o Min. Da Ed. Dr. Roberto Carneiro.

O Sr. Dr. Ruas disse também, que se fosse aplicado o critério de avaliação apresentado pelo Doutor Joaquim Azevedo as duas Universidades do interior teriam de fechar.

O Dr. Joaquim Azevedo apelou a mais ambição de todos os viseenses, independentemente do seu estatuto social, cor partidária ou rácica e credo religioso. Juntar pessoas que tenham vontade e conhecimentos da matéria sejam de Viseu ou não, todos não somos de mais para concretizar este sonho de mais de trinta anos, como se devem lembrar a Universidade de Aveiro era para ser criada em Viseu, mas Viseu perdeu o comboio e não perderá este evento, fazemos votos.

Que Viseu deve voar mais alto, não fazer voos rasteiros, comparou o orador com os de galinha, mas sim altos e longos voos como os de Águia.

Foi uma sessão animada, entusiástica, esclarecedora e quase unânime, não fosse a Drª. Francoise do Piaget, manifestar algum receio pela criação da UPV/estatal.

Foi-se ao fundo das questões e chegou-se à conclusão que deve ser criada a UPV/estatal.

Esta posição foi também apresentada na Assembleia Municipal de Viseu pela Comissão Municipal de Educação onde afirmou “que a opção para a criação da UP/estatal é política. Chegou também à conclusão que esta infra-estrutura poderá funcionar como agente revitalizador das áreas periféricas do interior, além de favorecer a fixação da população jovem local, promovendo mesmo algum saldo migratório”.

Esperamos que este governo PSD/PP não corrobore no erro dos seus antecessores, guardar para o fim da legislatura para quem vier a seguir, se for diferente, anular também a decisão como foi o caso do então criado, pelo governo PS, Instituto Universitário de Viseu.

Jacinto Figueiredo, 24-05-2005

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