quinta-feira, julho 29, 2010

RENDIMENTO MÍNIMO = QUALIDADE DE VIDA

  • Qualidade de vida é receber 800 € mensais (ou mais) para não fazer nada.
  • Qualidade de vida é levantar á hora que se quer porque os outros trabalham para ele.
  • Qualidade de vida, é ter como única preocupação escolher a pastelaria onde vai tomar o pequeno-almoço e fumar as suas cigarradas, pagos com os impostos dos outros.
  • Qualidade de vida é ter uma casa paga pelos impostos dos outros, cuja manutenção é paga pelos impostos dos outros, é não ter preocupações com o condomínio, com o IMI, com SPREAD´S, com taxas de juro, com declaração de IRS.
  • Qualidade de vida é ter tempo para levar os filhos á escola, é ter tempo para ir buscar os filhos á escola, é poder (não significa querer) ter todo o tempo do mundo para acarinhar, apoiar, educar e estar na companhia dos seus filhos.
  • Qualidade de vida é não correr o risco de chegar a casa irritado, porque o dia de trabalho não correu muito bem e por isso não ter a paciência necessária para apoiar os filhos nos trabalhos da escola.
  • Qualidade de vida é não ter que pagar 250€ de mensalidade de infantário, porque mais uma vez é pago pelos impostos dos outros.
  • Qualidade de vida, é ainda receber gratuitamente e pago com os impostos dos que trabalham o computador Magalhães que de seguida vai vender na feira de Custóias, é receber gratuitamente
  • todo o material didáctico necessário para o ano escolar dos seus filhos, e ainda achar que é pouco.
  • Qualidade de vida é ter as ditas instituições de solidariedade social, que se preocupam em angariar alimentos doados pelos que pagam impostos, para lhos levar a casa, porque, qualidade de vida é também nem se quer se dar ao trabalho de os ir buscar.
  • Qualidade de vida é não ter preocupação nenhuma excepto, saber o dia em que chega o carteiro com o cheque do rendimento mínimo.
  • Qualidade de vida é poder sentar no sofá sempre que lhe apetece e dizer “ TRABALHAI OTÁRIOS QUE EU PRECISO DE SER SUSTENTADO”.
  • Qualidade de vida é não ter despesas quase nenhumas, e por isso ter mais dinheiro disponível durante o mês, do que os tais OTÀRIOS que trabalham para ele.
  • Qualidade de vida é ainda ter tempo disponível para GAMAR uns auto-rádios, GAMAR uns carritos e ALIVIAR umas residências desses OTÀRIOS que estão ocupados a trabalhar OU ASSALTAR uma ourivesaria.
  • Qualidade de vida é ter tudo isto, e ainda ter uma CAMBADA DE HIPÓCRITAS a defende-lo todos os dias nos tribunais, na televisão, nos jornais.
  • Isto sim, isto é qualidade de vida.
Ass: UM OTÁRIO

Noruega... para pensar

N

  • 'Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.'
  • 'A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros.'
  • 'É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica.'
  • 'Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.
  • Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, (NÃO PRECISAM DE BMW TOPO DE GAMA) e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes.'
  • 'Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos,
    basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa.'
  • 'Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
  • Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social.'
    'Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios.'
  • É tempo de aprendermos, principalmente quem detém o poder.
  • Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.
  • Recebida por correio electrónico de F. Pereira

domingo, julho 11, 2010

MLR- A solidez de um livro, segundo Sobrinho Simões

Público

07-07-2010

A solidez de um livro, segundo Sobrinho Simões

Santana Castilho

No livro que acaba de lançar, Maria de Lurdes Rodrigues cita Max Weber para justificar a sua acção política, movida, diz ela, pela “ética das convicções”. Atentem, generosas leitoras e leitores, ao naco de prosa que a ex-ministra escolhe para caracterizar quem tem vocação para a política (no caso, ela própria):

“… Só quem está certo de não desanimar quando… o mundo se mostra demasiado estúpido ou demasiado abjecto para o que … tem a oferecer … tem vocação para a política …” (in A Escola Pública Pode Fazer A Diferença, p.18)

Freud ensinou-nos que nenhuma palavra ou pensamento acontecem por acidente. Uma coisa são os erros comuns, outra, os actos falhados. É falhado o acto que leva Maria de Lurdes Rodrigues a citar, assim, Weber, para justificar a sua acção política. E fez tudo o que fez, confessou-nos no circo do lançamento, com grande alegria, qual pirómana que se baba de prazer ante as cinzas da escola pública que deixou.

Eis as entranhas de uma coisa que não é pessoa, que não tem alma, e que não aguenta mais que 18 páginas para dizer, de modo obsceno, o que pensa dos que esmagou com sofrimento.

O livro é híbrido e frio, como a autora. É um relatório factual e burocrático sobre as suas tenebrosas medidas de política educativa. A excepção a este registo está na introdução, um arremedo ensaísta de alguém que chegou a ministra sem nunca ter percebido o que é uma escola e para que serve um sistema de ensino. Permitam-me duas notas factuais a este propósito e a mero título ilustrativo:

1. A autora introduz, como grande tema de debate sobre políticas educativas, o nível de conhecimentos adquiridos na escola. Interroga-nos assim: “… Os adultos que fizeram a quarta classe da instrução primária no tempo dos nossos avós sabiam mais do que os jovens que hoje concluem o 9.º ano? …” (obra citada, p.11). A questão é intelectualmente pouco honesta. Porque compara quatro anos de escolaridade com nove. Porque é formulada por alguém que contribuiu definitivamente para que não se possam hoje comparar resultados escolares, coisa que, apesar das dificuldades, se podia fazer na época a que alude.

2. A ex-ministra diz que não fez uma reforma da educação, que tão-só concebeu e aplicou medidas. Se é surpreendente o conceito (“reforma” foi palavra-chave citada até à exaustão na vigência do Governo que integrou), entra em delírio surrealista quando escreve (p.15): “… Não se pode considerar que o conjunto das medidas configurem uma reforma da educação, porque de facto não foi introduzida uma mudança nos princípios de funcionamento do sistema educativo, ou uma mudança na sua estrutura e organização …”. Não mudou princípios de funcionamento do sistema educativo, nem mudou a sua estrutura e organização? E os estúpidos somos nós? Enxergue-se e tenha decoro.

Segue-se o Diário da República narrado aos papalvos por 20 euros e 19 cêntimos. Registam-se apoios, listam-se colaboradoras e colaboradores e referem-se reuniões. Nenhuma dúvida, nenhum apreço pelo contraditório que lhe foi oposto, muito menos qualquer riqueza dialéctica. Um deserto, numa imensa auto-estrada de propaganda.

Ao longo dos últimos cinco anos, fundamentei nesta coluna de opinião a oposição a cada uma das 24 medidas que o livro distingue, pelo que tão-só recordo as mais emblemáticas das que a autora refere: a aberração pedagógica e social, que nacionalizou crianças e legitimou a escravização dos pais, baptizada como “escola a tempo inteiro”; o logro do ensino profissional (Maria de Lurdes fala de 28.000 alunos em 2005, para dizer que os quadruplicou em 2009. Mas conta mal.

No ano lectivo de 2004-05 tinha 92.102 alunos no conjunto dos cursos que ofereciam formação profissional); a demagogia de prolongar para 12 anos o ensino obrigatório (na Europa a 27 só cinco países foram por aí) sub-repticiamente sustentada pela grosseira manipulação estatística que lhe permite afirmar que no ensino secundário temos um professor para cada 8,4 alunos (p.90), pasmem quantos conhecem a realidade; a insistência no criminoso abandono de milhares de crianças com necessidades educativas especiais, por via da decantada aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade; a engenharia financeira e administrativa (depois veremos aonde nos conduzirá), que está a transferir para a propriedade de uma empresa privada, por enquanto detida pelo Estado, todo o património edificado; e, “the last, but not the least”, a fraude pedagógica imensa que dá pelo nome de Novas Oportunidades, forma de diplomar a ignorância na hora, gerando injustiça e semeando ilusões.

Na cerimónia do lançamento do livro que acabo, sumariamente, de analisar, Sobrinho Simões, um cientista de grande gabarito e um homem de muitos méritos, referiu-o como “o mais sólido” que leu até hoje. Quem dedicou a vida a combater o cancro com o rigor da ciência não podia, estou seguro, afirmar o que afirmou, se tivesse analisado a produção técnica e legislativa que sustenta a racionalidade do livro que elogiou. Mas a vida actual é assim. Muitos sucumbem, adaptando-se a esta sociedade doente. Continuo felizmente de saúde. Por isso choro quando vejo cair os melhores. Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)

sexta-feira, julho 02, 2010

Lar de Sta. Maria - Decermilo - Sátão - Contactos







Situado na freguesia de Decermilo, concelho de Sátão, está entre Aguiar da Beira a montante (10kms) e Sátão / Viseu (26 kms), a jusante, numa aprazível quinta, plana, com uma extensão superior a 50 mil m2. Ocupa um piso térreo, sem escadas, para uma optimizada mobilidade dos residentes e está dotado, em toda a rectaguarda, de largas varandas soalheiras e jardim.

Mais informações em: http://pn-brevitas.blogspot.com/











Professores perdem estatuto especial na Função Pública

Não sei se este Estatuto da Carreira Docente tem pernas para andar, mas os professores têm pernas para voltar a descer a Avenida da Liberdade», alerta Mário Nogueira, depois de receber do Ministério uma proposta «que nunca tinha estado em cima da mesa» e acaba com os quadros de escola e os concursos de docentes




Professores perdem estatuto especial na Função Pública


«Os sorrisos da ministra já não nos enganam». Mário Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) assume a ruptura total com Isabel Alçada, depois de ter recebido do Ministério da Educação uma proposta de Estatuto da Carreira Docente com aspectos «que nunca foram alvo de negociação».
O fim dos concursos de professores e dos quadros de pessoal, assim como a criação da figura da «cedência por interesse público» constantes no documento enviado aos sindicatos são, para Nogueira, alterações inaceitáveis que o Ministério está a fazer de forma ilegal.
«É ilegal, porque de acordo com a lei 23, o Ministério tem de submeter essas matérias à negociação». Ora, apesar de os sindicatos estarem em negociações com o Governo desde Setembro, estas propostas «nunca foram apresentadas à discussão», sublinha o líder da Fenprof.
Mário Nogueira diz que «neste momento, ainda nem sabemos bem quais as consequências do fim dos quadros de escola e da sua substituição por mapas de pessoal». Mas não tem dúvidas quanto às intenções do Governo nesta matéria: «Vai embaratecer os custos com pessoal e aumentar a precariedade».
Na prática, as novas regras vão fazer com que «os contratados entrem apenas para mapas e não para quadros, ou seja, não façam parte da carreira e, por isso, não sejam abrangidos pelas progressões».
Outra consequência será a instabilidade: «Segundo as regras gerais da Função Pública, os mapas de pessoal são definidos anualmente», recorda Nogueira, alertando para a possibilidade de vir a acontecer o mesmo na Educação.
Mas é ao nível do recrutamento e da mobilidade que as mudanças mais se vão fazer sentir. «Acabam os concursos. Os professores não vão poder concorrer para mudar de escola».
Se quiserem mudar de escola, os docentes «vão ter de recorrer à mobilidade interna, que permite estar noutra escola por períodos renováveis de um ano, até ao máximo de quatro».
«Caso contrário, só vão poder mudar quando e se o Ministério quiser, através de uma coisa chamada cedência de interesse público, que nem sabemos bem o que é», critica.
Concursos, requisições, destacamentos e comissões de serviço «deixam de existir».
As novas regras permitem ainda ao Estado colocar funcionários públicos em mobilidade especial a dar aulas. «Depois de termos lutado tanto pela formação de professores, não se percebe como se pode fazer isto», questiona o sindicalista.
Esta terça-feira, a Fenprof pediu ao Ministério «uma reunião com carácter de urgência», mas no sábado o sindicato deverá já pôr em cima da mesa a discussão sobre formas de luta.
«Com papas e bolos se enganam os tolos e esta ministra pensa que nos engana com sorrisos, mas é ela quem está enganada», diz Nogueira, recordando que a proposta de Isabel Alçada vai contra o prometido por Maria de Lurdes Rodrigues «que em 2009 assegurou que as regras da lei 12/A da Função Pública não eram para aplicar na Educação».


Recebida por email de L. Ladeira