Parece que apenas agora estalou a bomba quando há mais de três décadas o problema rebentou manifestando-se essa vontade pelos Beirões, mas o “lobby” de Aveiro ganhou a Viseu, quem não se recorda? Existiam as Universidades de Coimbra e Porto e, injustificadamente, criou-se outra entre duas, a U. de Aveiro, a pouca distância e com bons transportes. O interior, sempre preterido, Viseu ficou a ver “navios”.
António Guterres, homem e político sério atributos raros nestas andanças, no final da segunda aprovou em lei e enviou para promulgação do Sr. PR a criação da UP Viseu, foi pena o périplo ter desfecho apenas no fim de legislatura, jogo político.
"Olhares Cruzados sobre Viseu" foi o ciclo de conferências que decorreu nesta cidade. «Os temas foram os que estão na ordem do dia», sublinhou o autarca viseense que afirmou ainda não ter receio de, por exemplo, alguns desses assuntos lhe poderem vir a ser caros. "Haverá lugar para uma Universidade Pública em Viseu?". Fernando Ruas recordou que essa é "uma dama" que sempre defendeu, mesmo no tempo de governos da sua cor partidária, e que continua a defender, nós também.
«Durão Barroso, enquanto chefe do Governo, pediu ao PR para não promulgar a constituição da Unidade Orgânica de Viseu». Queriam ser estes os protagonistas, exclusivos, do evento que dá sempre jeito ao partido através dos votos e do poder. Quando os políticos dizem “NIM” dá sim ou não, conforme o interesse, nomeiam comissões e foi o que aconteceu. Nomeado o professor Veiga Simão que apresentou o trabalho sobre o ordenamento do Ensino Superior em Portugal e relativamente à Universidade Pública de Viseu, a pedido de Durão Barroso e de Santana Lopes, os dois primeiros-ministros do PSD em três anos de legislatura, afinal um apesar de eleito para governar o seu País foi embora colocando à frente os interesses pessoais e o outro tiveram que o pôr na rua por excesso de protagonismo e excentricidade.
Recorda-se que a Resolução de Conselho de Ministros, 67 /2004 de 29 de Maio/04, tendo em conta o parecer da comissão e de todos os partidos com assento na AR, entre outros, viabiliza o projecto de criação da UP Viseu deixado a cargo do professor Veiga Simão, em pleno consulado de Durão Barroso.
ntira», pois «nunca existiu em Lei nenhuma, somente ficou expressa em palavras num Conselho de Ministros». A Comissão Municipal de Educação diz que a opção para criação de universidade pública é “política”. Antes de ser criada uma instituição pública de ensino universitário em Viseu é preciso «que o poder político central, regional e local tome decisões e compromissos com sentido mobilizador», por ex.ao nível do investimento. Como também é importante para a viabilidade deste projecto «que se identifique um conjunto de áreas coerentes de ensino e investigação» e que «as iniciativas a desenvolver, com vista à criação de ensino universitário público em Viseu, envolvam vontades e mobilizem recursos fora do âmbito regional» e, não deixe de fora: licenciaturas; pós graduações; mestrados; doutoramentos e a faculdade de medicina que perdemos para Braga ou Covilhã. Foi um erro político do PS, digo eu.
O PS, que primeiramente criou a UPV e, em campanha disse que tudo o que fosse bom para Portugal ou regiões iria manter. Então porque deita fora este sonho das gentes de Viseu, região e do País? Sim porque uma universidade não é de uma região e muito menos de uma cidade, mas sim de um País e do mundo por onde andam os estudantes de Viseu.
Entendo que o ensino deve estar descentralizado, distribuído equitativamente pelo País, e não ficar apenas pelas cidades que desde o início o detêm, como monopólio, não querendo abrir mão e partilhar, solidariamente, este serviço nobre a que todos temos direito.
Ao som da Infantuna o PM, Durão Barroso, foi recebido na Câmara Municipal de Viseu, no dia 17 de Maio/04, para anunciar a criação de uma universidade pública em Viseu. Cumpre-se uma promessa eleitoral que há muito era reivindicada para a cidade, região e País.
O presidente do Instituto Politécnico de Viseu diz estar «cansado de tanta demagogia» e prefere o «silêncio» no que diz respeito à discussão sobre a criação da Universidade Pública de Viseu. Defensor da passagem do Instituto a ensino universitário, João Pedro Barros afirmou que «depois de tantos anos a lutar como S. Tomás (o intelectual), cansei-me e não me vou pronunciar mais sobre esta matéria». Sustentou e questiona ainda «num país de tanga, quero ver onde vão meter a universidade?». Parece-me que o IPV tem muito espaço que pode ser disponibilizado, grandes áreas de terreno com ervas daninhas e parqueamentos automóveis que podem ser subterrâneos, é só uma ideia. De tanga andamos todos, bastaria encerrar dois ou três cursos das grandes cidades e teríamos equilíbrio educacional superior diminuindo as desigualdades litorais/interiores.
Valter Lemos, da região da Covilhã, agora Secretário de estado, contestou a criação da Universidade pública em Viseu, acusando o Governo de prejudicar algumas instituições a favor de interesses locais, se era contra na oposição não admira que seja no governo.
Recentemente a Universidade de Viseu voltou a ser tema da ordem do dia com a apresentação do Programa de Governo na Assembleia da República. A razão tem a ver com o facto de no documento orientador do novo Executivo estar inserta uma moratória indicadora de que nos próximos quatro anos não haverá «criação de novos estabelecimentos do Ensino Superior», mas a UPV está criada há muito tempo e com a concordância de todos os partidos. O PS é favorável? Porque não dá andamento ao processo se o quer?
José Sócrates terá respondido na AR: «Se quer encontrar responsáveis vá procurá-los ao anterior Executivo, numa clara referência a Durão Barroso». Não lhe fica bem Sr. PM está a sonegar aquilo a que temos direito, sem favor.
O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, «está admirado mas não preocupado com a criação da Universidade Pública de Viseu (UPV), até porque «não tinha de vir no Programa do Governo», uma vez que «se trata da sua implementação».
Não pretende acreditar «em incongruências», aponta que o programa eleitoral do PS distrital fala da criação da Universidade Pública. Lembrou mesmo a conversa havida entre José Junqueiro e o professor Veiga Simão sobre o assunto, tendo então o líder socialista referido que tudo estivesse bem ficaria.
Mas existe um outro facto que o autarca chama a atenção, não sem alguma ironia: «Quando nos congratulámos com a solução encontrada pela ministra da Ciência e do Ensino Superior, os deputados do PS disseram-nos que éramos pouco ambiciosos. Nesse sentido, só podemos vislumbrar que venha algo de melhor para a região!»
Quando certos que a cção da UP Viseu estava, definitivamente, resolvida tudo voltou à estaca zero, mas estamos prontos para a luta. Reconhecer a necessidade e corrigir o erro, não vejo mal nenhum nisso ao contrário dos responsáveis políticos que se gladiam se algum admitir que se enganou.
Mais e melhor educação é o que tos necessitamos, assim a educação não deve ser encarada como uma despesa, mas sim um bom investimento."O Estudante é o primeiro trabalhador da Nação". Não foi por acaso que alguém o escreveu!
Jacinto Figueiredo, 8/5/2005.
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