Reunião com o grupo parlamentar do PS
Deputados: Vieira da Silva, Nuno Sá e Mário Ruivo
Delegação: Ana Negrão, Fernanda
Queiroz, Rosário Gama e Teresa Portugal
Síntese da Reunião
Fizémos a
apresentação da APRe! e justificámos a nossa presença. Apresentámos os argumentos
já conhecidos por todos, deixando bem claro que consideramos um roubo o corte
que o Orçamento de Estado prevê para este grupo social, bem como a nossa
preocupação com as reformas mais baixas que, no mínimo deviam ser actualizadas
à taxa da inflação. Vincámos bem que o contrato que fizemos com o Estado nem
podia ser discutido pois os descontos eram obrigatórios e que o estado só pode
gerir aquilo que é nosso. Ficou ainda bem claro que pretendemos lutar pelos
nossos direitos por todos os meios ao nosso alcance.
O deputado
Vieira da Silva referiu que o PS vê com simpatia o esforço de organização deste
Movimento que ocupa na sociedade um espaço privilegiado, até agora não
preenchido, uma vez que os grupos ou associações de pensionistas do espaço
sindical não tinham voz própria. Os governos não os consideravam
interlocutores. A “APRe!”, pelas suas características transversais e
independentes vem dar corpo às sensibilidades e interesses deste grupo que
cresce maioritariamente na sociedade portuguesa e, desse modo, poderá dar corpo
ao interlocutor que faltava.
Vieira da Silva
expressou que tem dúvidas sobre muitas das normas orçamentais e que o PS tem
estado em oposição ao Orçamento para 2013.
Sobre a questão
da fiscalização do OE, por nós colocada, o deputado acrescentou que a
fiscalização sucessiva acabará por acontecer, se bem que o PS, como grupo
parlamentar, não tenha tomado, ainda,
uma decisão.
O deputado
afirmou estar connosco, também preocupado com a reforma orçamental desajustada
que cairá sobre os pensionistas, e que nem sequer terá efeitos nas contas do
Estado.
Outra situação
referida por Vieira da Silva, como uma questão muito frágil – o corte do
subsídio - pois não tem a mesma natureza para quem está na vida activa ou
aposentado. É mais injusto para as pessoas que já não têm a mesma possibilidade
de recuperação, e o corte é igual para todos!
Diz também que
não se tem tido em conta, no quadro de mudança no esquema de pensões, ao longo
do tempo, a distinção entre quem estava a “formar direitos” e quem tinha já os
“direitos adquiridos”. As mudanças na Segurança Social, que foram feitas pelo
Partido Socialista, foram sempre para o futuro e os períodos de transição foram
relativamente longos (foi dado o exemplo do aumento gradual da idade da reforma
entre os anteriores 60 anos e os actuais 65). Quando se atingia a idade da
reforma, mesmo que esta não fosse requerida, o direito às condições da reforma
ficava assegurado. Com as alterações que o governo propõe, as reformas ficam
sujeitas ao enquadramento legislativo à data da atribuição da mesma. Foi dada a
sugestão de a APRe! incluir todos aqueles que estão em fase de pré-aposentação
pois vão ser muito prejudicados com estas medidas.
A aceleração da
idade da reforma não tem efeitos significativos no orçamento de estado. Estas
mudanças não equacionam, na vida das pessoas, as expectativas de futuro.
O deputado Nuno
Sá (representante do PS na Comissão da Segurança Social e do Trabalho)
agradeceu a nossa presença e afirmou que o nosso Movimento de cidadãos tem que
ser ouvido. É necessário institucionalizar a crítica! Sobre as medidas do
Orçamento que vão arrebatar as pensões dos reformados, declarou que é mais uma
situação para a eminência da ruptura social que se avizinha.
Isto significa
(de acordo com as nossas razões) uma fractura no contrato que o Estado fez com
os trabalhadores - o estado, nesses casos, deixou de ser pessoa de bem!
O Partido
Socialista tem a noção da ruptura social que se avizinha, há fronteiras que se
forem ultrapassadas podem causar essa ruptura. Uma das fronteiras é a ruptura
da palavra dada.
Quando a nossa
delegação colocou, de novo, a questão da fiscalização – se o PS, em tempo
certo, vai ou não tomar uma posição sobre a fiscalização do OE, e sobretudo
sobre a situação particular dos cerca de dois milhões de aposentados, Nuno Sá
respondeu que não se podem queimar etapas, e que os deputados têm um poder
individual de afirmação de suas posições, sem que tenham de esperar pelo
Partido – este ainda não tem uma decisão.
Nesse sentido, a
nossa delegação pediu ao PS que pedisse, ainda que a título individual, a
fiscalização sucessiva da lei do Orçamento, se esta for aprovada.
1 comentário:
Muita ATENÇÃO: "...Com as alterações que o governo propõe, as reformas ficam sujeitas ao enquadramento legislativo à data da atribuição da mesma."...
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