Proposta para revitalização do Mercado 2 de Maio tenta conciliar-se com obra de Siza Vieira
Arquitecto responsável pelo projecto vencedor do concurso de
ideias para a revitalização do Mercado 2 de Maio, em Viseu, assume que a
sua proposta pode coexistir com a obra que tem a autoria de Siza
Vieira.
O projecto vencedor do concurso de ideias para a revitalização do Mercado 2 de Maio, em Viseu, propõe uma praça ampla, sem obstáculos, e com uma cobertura em vidro de vários padrões irregulares. O autor do projeto, o arquitecto viseense João Pedro Coelho Loureiro, assume que a intervenção procurou reinterpretar e manter uma linha de continuidade com a obra que ainda tem a assinatura de Siza Vieira.
A Praça, localizada no centro histórico da cidade, foi requalificada há cerca de 13 anos pelo arquitecto portuense que desde que foi conhecida a intenção de intervir neste espaço manifestou a sua discordância. “É uma agressão” cobrir a única praça aberta da cidade, sublinhou logo na altura. Agora, conhecidas as propostas, Siza Vieira afastou-se definitivamente de todo o processo. “Não tenho mais nada a comentar”, disse.
A autarquia de Viseu lançou um concurso para dotar este espaço de “novas funcionalidades”. Cobrir o espaço era umas das exigências. Foram recebidas 33 propostas, das quais 17 foram admitidas à apreciação técnica e votação por parte do júri do concurso. São estas ideias, onde se incluem as três primeiras classificadas, que vão estar durante 30 dias em discussão pública. A decisão final será da responsabilidade da Câmara de Viseu.
“Como qualquer praça central, o Mercado 2 de Maio é um património evolutivo. Faz parte da vida da cidade e responde ao espírito das diferentes épocas. Esta perspectiva é muito importante no debate que agora vamos iniciar sobre a nova vida desta praça histórica de Viseu”, realçou Almeida Henriques, presidente da autarquia. “Estes momentos de transição são sempre desafiantes porque é neles que se debate o futuro da própria cidade”, assinalou, recordando que nos 136 anos de existência da Praça, foram várias as intervenções que procuraram adaptar o Mercado 2 de Maio. Regra geral, com polémica.
Os projectos
A proposta que mereceu o primeiro lugar procurou “reinterpretar” o que ficou feito por Siza Vieira.
O arquitecto viseense João Pedro Coelho Loureiro admitiu que este foi um dos seus “maiores desafios”. “Penso que as obras e os arquitectos podem coexistir e com esta intervenção não quero alterar a obra, mas continuar a história deste local”, disse.
A proposta, segundo o seu autor, mantém um elemento unificador: a identidade das árvores (magnólias) que Siza Vieira tanto valorizou no seu projeto. “A célula estrutural da folha da árvore foi a inspiração para a cobertura”, explicou.
O projecto foi pensado para eliminar constrangimentos como a visibilidade e o acesso à Praça e que, segundo o arquitecto viseense, não estavam a funcionar. A proposta mantém os edifícios laterais e as árvores e faz desaparecer a parede que “separa” o patamar inferior do superior, introduzindo uma rampa para fazer a ligação entre os dois pisos. “A Praça deve ficar livre de obstáculos e ampla a todas as actividades comerciais e públicas e que facilite o encontro entre pessoas”, concluiu o autor da proposta.
As árvores continuam a ser também o elemento unificador entre a atual obra e a segunda proposta mais votada pelo júri do concurso. Da autoria do gabinete “Machado + Braga Macedo Arquitectos”, o projecto inclui uma cobertura com “a forma de uma rede ondulada em vidro (fotovoltaico e de formas triangulares)”. Está também projectado um jardim de Inverno e um outro vertical na parede que separa os dois pisos. Esta proposta prevê ainda a colocação de equipamentos lúdicos para crianças, um sistema de som e iluminação artificial.
A terceira proposta, do gabinete Domitianus Arquitetura de Lisboa, apresentou-se com uma cobertura em vidro e colocada acima da volumetria das alas da Praça com recurso a vigas de madeira micro-laminadas de abeto.
O projecto vencedor do concurso de ideias para a revitalização do Mercado 2 de Maio, em Viseu, propõe uma praça ampla, sem obstáculos, e com uma cobertura em vidro de vários padrões irregulares. O autor do projeto, o arquitecto viseense João Pedro Coelho Loureiro, assume que a intervenção procurou reinterpretar e manter uma linha de continuidade com a obra que ainda tem a assinatura de Siza Vieira.
A Praça, localizada no centro histórico da cidade, foi requalificada há cerca de 13 anos pelo arquitecto portuense que desde que foi conhecida a intenção de intervir neste espaço manifestou a sua discordância. “É uma agressão” cobrir a única praça aberta da cidade, sublinhou logo na altura. Agora, conhecidas as propostas, Siza Vieira afastou-se definitivamente de todo o processo. “Não tenho mais nada a comentar”, disse.
A autarquia de Viseu lançou um concurso para dotar este espaço de “novas funcionalidades”. Cobrir o espaço era umas das exigências. Foram recebidas 33 propostas, das quais 17 foram admitidas à apreciação técnica e votação por parte do júri do concurso. São estas ideias, onde se incluem as três primeiras classificadas, que vão estar durante 30 dias em discussão pública. A decisão final será da responsabilidade da Câmara de Viseu.
“Como qualquer praça central, o Mercado 2 de Maio é um património evolutivo. Faz parte da vida da cidade e responde ao espírito das diferentes épocas. Esta perspectiva é muito importante no debate que agora vamos iniciar sobre a nova vida desta praça histórica de Viseu”, realçou Almeida Henriques, presidente da autarquia. “Estes momentos de transição são sempre desafiantes porque é neles que se debate o futuro da própria cidade”, assinalou, recordando que nos 136 anos de existência da Praça, foram várias as intervenções que procuraram adaptar o Mercado 2 de Maio. Regra geral, com polémica.
Os projectos
A proposta que mereceu o primeiro lugar procurou “reinterpretar” o que ficou feito por Siza Vieira.
O arquitecto viseense João Pedro Coelho Loureiro admitiu que este foi um dos seus “maiores desafios”. “Penso que as obras e os arquitectos podem coexistir e com esta intervenção não quero alterar a obra, mas continuar a história deste local”, disse.
A proposta, segundo o seu autor, mantém um elemento unificador: a identidade das árvores (magnólias) que Siza Vieira tanto valorizou no seu projeto. “A célula estrutural da folha da árvore foi a inspiração para a cobertura”, explicou.
O projecto foi pensado para eliminar constrangimentos como a visibilidade e o acesso à Praça e que, segundo o arquitecto viseense, não estavam a funcionar. A proposta mantém os edifícios laterais e as árvores e faz desaparecer a parede que “separa” o patamar inferior do superior, introduzindo uma rampa para fazer a ligação entre os dois pisos. “A Praça deve ficar livre de obstáculos e ampla a todas as actividades comerciais e públicas e que facilite o encontro entre pessoas”, concluiu o autor da proposta.
As árvores continuam a ser também o elemento unificador entre a atual obra e a segunda proposta mais votada pelo júri do concurso. Da autoria do gabinete “Machado + Braga Macedo Arquitectos”, o projecto inclui uma cobertura com “a forma de uma rede ondulada em vidro (fotovoltaico e de formas triangulares)”. Está também projectado um jardim de Inverno e um outro vertical na parede que separa os dois pisos. Esta proposta prevê ainda a colocação de equipamentos lúdicos para crianças, um sistema de som e iluminação artificial.
A terceira proposta, do gabinete Domitianus Arquitetura de Lisboa, apresentou-se com uma cobertura em vidro e colocada acima da volumetria das alas da Praça com recurso a vigas de madeira micro-laminadas de abeto.
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