quarta-feira, março 07, 2007

Mais de 40 mil alunos abandonam a escola todos os anos

07.03.2007 - 18h37 Lusa

Mais de 40 mil alunos abandonam a escola todos os anos no início do 3º ciclo do ensino básico e do secundário, revelou hoje a ministra da Educação. Maria de Lurdes Rodrigues anunciou um reforço da acção social no ensino secundário.

De acordo com os dados da tutela, entre 18 e 20 mil alunos abandonam anualmente o sistema de ensino no 7º ano, o que representa cerca de 15 por cento da população que frequenta este ano de escolaridade.

O outro grande momento de abandono verifica-se no 10º ano, altura em que 20 a 25 mil estudantes deixam a escola, o que corresponde a um quarto do total de matrículas.

Considerando que "as condições socio-económicas dos estudantes comprometem efectivamente a sua permanência na escola", Maria de Lurdes Rodrigues anunciou hoje um reforço da acção social no ensino secundário, onde apenas 15 por cento dos alunos beneficiam actualmente de apoio.

"É preciso alargar a acção social escolar sobretudo no secundário, onde é baixíssima", afirmou, sublinhando a necessidade de criar um sistema de bolsas que incentivem a permanência dos estudantes no sistema de ensino.

Para já, o modelo de financiamento está ainda a ser analisado, adiantou, mas o reforço do apoio deve ocorrer já no próximo ano lectivo.

O Ministério da Educação vai lançar duas campanhas publicitárias na comunicação social para valorizar os conhecimentos adquiridos na escola.

Os cursos profissionais, frequentados este ano por cerca de 15 mil alunos, e os cursos de educação e formação, onde estão matriculados 10 mil, são duas das grandes apostas do Executivo para combater o abandono. O objectivo é duplicar o número de inscrições neste tipo de cursos já no próximo ano lectivo e, até 2010, fazer com que metade dos jovens optem pelas vias tecnológicas e profissionalizantes de equivalência ao 12º ano, que deverá ser o referencial mínimo de qualificação dos portugueses.

2 comentários:

Anónimo disse...

Boas intenções, sem dúvida, mas com o currículo de perseguição à educação em que este governo tem insistido, é aceitável que sejamos cépticos.
Depois, também não se sabe se eles querem mais escolaridade real, ou apenas mostrar às estatísticas mais quantidade de jovens com o secundário concluido.
Omoletes sem ovos são impossíveis. Escolas secundárias com a quase totalidade das salas dispondo de apenas um quadro preto (algumas uma TV e vídeo) não ajudam nada as aprendizagens que hoje já não podem ser feitas sem tecnologias mais eficazes...

Anónimo disse...

Contraditória, no minimo, esta proposta/intenção da ME.
Fáz depender a progreesaçãO na carreira dos Profs através do insucesso e abandono eslar. Reconhece agora que é necessário ajudas financeiras para incentivar os alunos a não abandonar.
Fundamental seria diversificar a oferta formativa em função dos interesses do mercado e dos alunos, reconhecer/valorizar a formação...