Afinal, há cinco tipos de
diabetes
02 de MARÇO
de 2018 - 08:21
Pode ser uma descoberta revolucionária para o tratamento da diabetes.
Investigadores suecos e finlandeses acreditam que a doença na idade adulta tem
cinco tipos e não dois, como até agora.
Foto: Tiago
Salgueiro/Global Imagens
Até agora, a
doença é divida em dois tipos. A diabetes de tipo 1 surge maioritariamente na
infância e é também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente, enquanto a de
tipo 2, mais comum, é diagnosticada normalmente na idade adulta e causada por
um desequilíbrio no metabolismo da insulina.
Um grupo de
investigadores suecos e finlandeses da Universidade de Lund, na Suécia,
desenvolveu uma investigação que mostra que esta classificação é limitativa e
considera que há mais tipos de diabetes.
O estudo,
publicado na revista The Lancet, defende que
a diabetes de tipo 2 tem várias formas e propõe uma nova classificação da
doença que acreditam que pode ser uma ferramenta útil no tratamento e ajudar a
fazer um diagnóstico mais preciso dos doentes.
A
investigação propõe cinco tipos de diabetes - as análises mostram diferenças
genéticas em cada grupo.
A primeira
conclusão do estudo é que a diabetes de tipo 1 e aquela que é autoimune mas tem
um início tardio pode ser agrupada no mesmo grupo - Diabetes grave autoimune
(Grupo 1).
Quanto à
diabetes até agora conhecida como de tipo 2, os investigadores dividiram em
quatro grupos:
- Grupo 2
- Diabetes deficitária em insulina: os doentes são novos, têm peso
saudável, mas têm dificuldades em produzir insulina. No entanto, a doença não é
autoimune. A retinopatia diabética é a mais vulgar deste grupo
- Grupo 3
- Diabetes resistente à insulina: os doentes têm geralmente excesso de peso
e produzem insulina, mas o corpo já não consegue reagir a essa produção. Há uma
grande probabilidade destes doentes desenvolverem doenças hepáticas e renais.
- Grupo 4
- Diabetes relacionada com a obesidade: observada especialmente em pessoas
com excesso de peso, mas com poucas alterações metabólicas.
- Grupo 5
- Diabetes relacionada com a idade: doentes que desenvolvem sintomas quando
já têm uma idade muito avançada; a doença é menos grave.
Nos dois
últimos casos, os investigadores dizem que a doença pode ser controlada com
medicamentos (como a metformina) e alterações no estilo de vida.
Os
investigadores consideram que este estudo pode ser revolucionário na forma como
são definidos os tratamentos para a diabetes, no caminho de uma medicina de
precisão.
A
investigação analisou 8980 diabéticos diagnosticados na idade adulta e as
conclusões foram confirmadas com dados de outros 5795 doentes na Suécia e na
Finlândia.
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