Governo de Passos investigado por suspeitas de corrupção no projecto do TGV
Caso José Sócrates
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Em causa estão eventuais “crimes de corrupção activa e passiva de titular de cargo político, de prevaricação e de participação económica” em negócio por parte do então secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, cita o jornal.
O processo principal da Operação Marquês inclui o alegado favorecimento ao Grupo Lena feito por Sócrates, no âmbito da construção e concessão, durante 40 anos, do troço Poceirão-Caia. Mas o acordo de compensação que o Estado assinou com o consórcio vencedor, depois de este ter desistido do TGV, é investigado neste novo inquérito.
A concessão foi atribuída ao consórcio Elos, constituído por uma empresa do Grupo Lena, uma empresa do Grupo Odebrecht e pelo Banco de Investimento da Caixa Geral de Depósitos. Sérgio Monteiro negociou o acordo de compensação atribuído ao consórcio, depois do Tribunal de Contas ter chumbado a construção da linha do TGV.
“As orientações que dei foram sempre no sentido de minimizar o impacto negativo para o Estado”, refere Sérgio Monteiro ao Público, garantindo que “foi tudo muito transparente e muito aberto”. “Não pesa nada na consciência do Governo a que pertenci”, conclui o ex-Secretário de Estado.
Blogger e professor que ajudaram Sócrates investigados
Noutro dos 15 inquéritos extraídos do processo principal da Operação Marquês investiga-se o professor universitário Domingos Farinho, avança ainda o Público, realçando que há suspeitas do crime de peculato.O professor terá recebido mais de 50 mil euros de uma empresa de Carlos Santos Silva, considerado o testa-de-ferro de Sócrates, por alegadamente ter ajudado o ex-primeiro-ministro com a sua tese de doutoramento na Universidade da Sorbonne, em Paris, numa altura em que não podia prestar serviços a terceiros, enquanto recebia remuneração da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Também o blogger que é suspeito de ter escrito textos favoráveis a Sócrates, sob encomenda do ex-governante, está a ser investigado pelo MP, avança o diário. O autor do blogue Câmara Corporativa, funcionário da Câmara de Oeiras à altura dos factos investigados, terá recebido indevidamente quase 80 mil euros de Sócrates, entre 2012 e 2014.
O Público realça que, estando abrangido pelo regime de exclusividade da Função Pública, o blogger não podia assinar contratos com terceiros. Assim, o dinheiro terá sido pago por via de um contrato assinado com o seu filho.
https://zap.aeiou.pt/governo-passos-investigado-suspeitas-corrupcao-no-projecto-do-tgv-177256
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