quarta-feira, janeiro 11, 2006

JOÃO PALO II – memória de um HOMEM

No período de 28/3 a 3/4/05, organizada pela Escola Secundária Alves Martins de Viseu, um grupo de professores peregrinou por Itália e permaneceu 2 dias em Roma a cidade eterna porque contém desde os primórdios tudo o que, contemporaneamente, se crê como inédito. Neste périplo, em Bus conduzido pelo Italiano Geovani, fomos acompanhados por uma Espanhola simpática, a Yolanda, e um Romano de gema, o Paulo, guia local a falar Português, transmitiu-nos a sabedoria alimentando o Ego de crentes ou não, sempre utilizou um humor refinado. Partimos ansiosos na esperança de ver o Papa, mas apesar de estarmos a poucos metros dele não conseguimos e, regressamos convictos de que não morreria sem o visitarmos. Foi uma viagem rica de alegria, convívio, amizade, conhecimentos sociais, patrimoniais e políticos, entendendo estes como capacidade de decisão do Homem sobre as coisas.

Karol Jóseph Wojtyla de seu nome – nasceu em 1920/05/18 em Wadowice, na Polónia. Exerceu a função, no Vaticano desde 1978 até 2005, é o terceiro período mais longo na história da Igreja Católica. Também o primeiro papa não Italiano a ser eleito em 456 anos. João Paulo II (nome de adopção religiosa) morreu com 84 anos, depois de sucessivas recaídas, no dia 2 de Abril às 21h37 de Itália, 20h37 de Lisboa e depois de uma vida feliz por servir Deus e o seu povo, mas ensombrada pela doença de Parkinson.

Da enciclopédia ficamos a saber que: Papa (substantivo masculino - chefe da Igreja Católica; Sumo Pontífice; Do gr. páppas, «avô», pelo lat. papa, «papa»).

O Papa foi um Homem que fez e fica para História dos vivos, na opinião de D. António Marto, Bispo de Viseu, “foi uma espécie de novo Moisés que conduziu a Igreja do Século XX para o XXI”. Viajou para onde nenhum Papa teve coragem de o fazer. Escolheu o México para a sua primeira peregrinação. A partir de então, viajou o equivalente a 30 voltas completas ao Mundo.

Falou do que poucos arriscaram falar. Foi alvejado, mas sobreviveu. Acreditou sempre que foi "a senhora de branco" que o salvou. Conseguiu cumprir três grandes sonhos: ajudou ao fim do mítico comunismo na Europa de Leste; entrou no terceiro milénio e visitou a Terra Santa. Por cumprir, ficou o desejo de visitar a China e Rússia.

O objectivo das suas viagens foi de unir os povos e abrir canais de diálogo entre as diferentes religiões, “não haverá Paz no Mundo, se não houver Paz entre as Religiões. Como são belos os pés que anunciam a paz. E as mãos que repartem o Pão”. Manteve, apesar disso, uma doutrina conservadora nas questões sociais defendendo as ideias tradicionais católicas e manifestando princípios claros contra a interrupção voluntária da gravidez, o uso do preservativo ou contraceptivos, a homossexualidade, o divórcio e a eutanásia.

A sua fluência em várias línguas, incluindo o Português, permitiu-lhe ser embaixador da Igreja por todo o mundo.

Devoto de N. Sra. de Fátima em Portugal, deslocou-se ao Santuário por duas vezes. Realizou a sua segunda visita com o propósito de presidir à beatificação de Jacinta e Francisco Marto, os dois pastorinhos ali sepultados desde 1951 e cujo processo de beatificação foi iniciado em 1948.

Não há candidaturas oficiais à sucessão, mas 23 nomes são prováveis. O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, está entre os nomes que podem suceder-lhe.

João Paulo II fez 482 canonizações e 1338 beatificações mais que todos os seus antecessores juntos.

Foi Sumo Pontífice do Cristianismo – Religião monoteísta instituída por Cristo, cujo ponto fundamental é a expiação (preces para aplacar a cólera celeste) e a redenção humanas.

O termo "Cristianismo" significa, de um modo geral, a religião fundada por Jesus Cristo, ou o conjunto de religiões que nele filiam a sua origem. Para os judeus, o governo de Deus seria estabelecido pelo Príncipe anunciado, o Messias. Este Príncipe pertenceria à casa de David, rei de Israel no século X a. C.

A principal fonte de conhecimento que temos acerca de Jesus de Nazaré são os quatro evangelhos canónicos.

Ao princípio, a mensagem de Jesus Cristo foi difundida pelos doze apóstolos por ele escolhidos para a sua difusão. A autoridade da Igreja na primeira geração de cristãos recaiu sobre estes homens. Após a sua morte levantaram-se questões acerca de quem seriam as autoridades máximas da igreja. As congregações de cristãos tinham, desde os primórdios, sido assistidas pelos presbyteroi (padres), episkopoi (bispos) e pelos diakonoi (diáconos), foi destes termos gregos que saiu a futura estrutura hierárquica da igreja. O título de papa (pai), que durante cerca de seiscentos anos foi usado como termo afectuoso aplicado a qualquer bispo, começou a ser especialmente atribuído ao bispo de Roma a partir do século VI e pelo século IX era-lhe atribuído quase exclusivamente.

Após os problemas iniciais de autoridade e continuidade da hierarquia, a maior garantia de autenticidade e continuidade foi encontrada nas Escrituras.

A divisão do império romano, em Ocidental e Oriental, e sua posterior queda, as várias escolas teológicas das principais cidades, e o uso do latim e do grego, foram alguns dos motivos que levaram a que diversas controvérsias fossem surgindo ao longo dos séculos, o que culminou no grande Cisma (dissidência religiosa, política ou literária) do Ocidente de 1054. Como represália, foram encerradas em Constantinopla (Capital do Império Bizantino de 330 a 1453) várias igrejas latinas pelo patriarca da cidade. As principais diferenças entre as igrejas ocidentais e orientais ficaram a dever-se ao aumento de prestígio e poder do Bispo de Roma devido à expansão e consolidação da cristandade no Ocidente. A doutrina de Martinho Lutero não reconhece a autoridade papal, por considerar que a única autoridade religiosa é a Escritura interpretada por cada um. As Igrejas protestantes podem dividir-se em Luteranas, Anglicanas (ambas moderadas e próximas do ecumenismo: tendência para formar uma única família em todo o Mundo; movimento tendente a restabelecer a unidade entre os discípulos de Cristo).

Em Portugal, a população é maioritariamente católica. Sob a autoridade central do Papado, a Igreja católica divide-se em dioceses onde os bispos actuam em nome e por autoridade do Papa, mas com alguma autonomia administrativa, cujo princípio de colegialidade articulado pelo Concílio do Vaticano II aumentou. A doutrina da Igreja católica é idêntica à da maioria das Igrejas Ortodoxas; consiste na Bíblia, na herança dogmática da igreja primitiva, nos decretos dos primeiros concílios ecuménicos e no trabalho teológico dos Padres (doutores) da Igreja.

Jacinto Figueiredo, 8/4/2005.

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