sábado, março 20, 2010

Há um futuro sem trissomia 21

Há boas e más notícias em relação à incidência de trissomia 21: as más são que há cada vez
mais casos detectados em grávidas; as boas são que, apesar disto, nascem cada vez menos
bebés com a doença. Os especialistas acreditam que há um futuro sem trissomia 21. Amanhã
celebra-se o Dia Mundial dedicado a esta doença.
Por Ana Machado

(...)
É nesse sentido, de um futuro
com bebés sem problemas de saúde,
que a medicina caminha? Há mais
de 15 anos que o obstetra Luís Graça
não se lembra de ter feito nascer um
bebé com trissomia 21 na sua prática
de clínica privada. O presidente do
Colégio de Obstetrícia da Ordem
dos Médicos, também médico no
Hospital de Santa Maria, diz que
nos hospitais públicos estes bebés
continuam a aparecer: “Talvez cinco
por cento dos nascimentos. Mas
são casos de falta de conhecimento
ou gravidezes escondidas. São
basicamente mulheres que não são
seguidas e que fazem apenas as
três consultas de acompanhamento
obrigatórias. Ou menos que isso.”
Este especialista acredita num
futuro com bebés sem trissomia 21.
Quando os pais sabem previamente
que há um cromossoma 21 a mais
– o normal é ter um par – optam
pela interrupção da gravidez. “Já
me passaram pelas mãos casos de
pais que optam por ter os bebés
mesmo sabendo, mas são muito
raros. As mulheres devidamente
acompanhadas, que fazem todos os
rastreios, normalmente optam pela
interrupção. Vejo nascer cada vez
menos destes bebés. Cada vez irão
nascer menos crianças com doenças
que podem ser evitadas”, vaticina
Luís Graça. (...)
(...)
Pilar Levy, geneticista pediátrica,
reforça as conclusões da equipa
britânica: “As mulheres estão a ter
fi lhos mais velhas. Na minha prática
clínica verifi co uma média da idade
materna para o primeiro fi lho entre
os 28 e 30 anos, o que já aumenta
o risco. Veja-se quando é que estas
mulheres vão ter o segundo...”.
E esse risco vai sempre
aumentando, frisa a especialista. De
acordo com dados internacionais
tidos como referência para a relação
risco versus idade materna, no
que toca à trissomia 21, há uma
probabilidade, aos 28 anos da mãe,
de haver um nascimento em 1290.
Essa probabilidade, quando a mãe
atinge os 33, é de um em cada 575
nascimentos, e aos 38, é de um em
cada 190. (...)

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