quarta-feira, março 24, 2010

Bolonha - Estudantes e professores pouco satisfeitos

Estudantes e professores pouco satisfeitos com Bolonha

11.03.2010 - 08:19 Por Bárbara Wong



Ao longo destes dois dias, os ministros e o grupo de acompanhamento da implementação de Bolonha (a sigla inglesa é BFUG) estão reunidos para discutir os principais desafios para os próximos dez anos. Ao mesmo tempo, nas ruas de Viena, são esperados cerca de cinco mil manifestantes, estudantes austríacos, alemães, gregos e de outros países que contestam o modo como o processo foi implementado. Em causa está a "má interpretação" que os Governos fizeram de Bolonha, explica Sigrid Maurer, presidente da associação nacional de estudantes austríaca. Houve Governos que aproveitaram para aumentar propinas e limitar o acesso ao superior, acusa.

Do balanço que é feito por estudantes e professores, o pior é a falta de mobilidade. Esta foi uma das promessas de Bolonha, mas está ainda muito aquém de ser cumprida, continua Maurer. "Bolonha só será uma realidade quando a mobilidade for para todos", defende. As instituições olham para a mobilidade como um "negócio" e não como um modo de promover a qualidade das formações que oferecem, critica o relatório feito o mês passado pela Associação de Estudantes Europeia, que propõe uma maior participação dos estudantes nos órgãos decisores das instituições.

Para os professores, é necessário clarificar as suas condições de trabalho, remunerações e Segurança Social quando mudam de instituição, revela o estudo da Education International, que será também debatido pelos ministros. Os professores queixam-se de que Bolonha lhes trouxe mais trabalho e mais burocracia, e mais de 50 por cento dos inquiridos denunciam que as suas condições de ensino e de investigação se deterioraram.
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