domingo, novembro 12, 2006

Ora o equívoco não pode ser maior

Cartas ao Director

A propósito das iniciativas do Ministério da Educação com vista à reiterada elaboração de uma proposta de diploma legal que consigne as alterações ao estatuto da carreira docente, muito se disse e escreveu sobre a estranha relação da tutela com os professores, representados pelas conhecidas estruturas sindicais, que pela primeira vez se constituíram em bloco pesado contra o nominativo patronato. E houve coisas de bradar aos céus. Desde gente que pretende considerar a profissão de professor como uma qualquer outra, sem quaisquer especificidades, ate àqueles que acham que os malandros dos professores devem ser castigados, até porque estão habituados a trabalhar pouco, a ter muito tempo de férias e a dispor de horários de luxo, de tudo se pôde ler.
E as opiniões vieram de personalidades que mal imaginam o que é hoje a vida do docente (…). Porém, aqueles que têm por obrigação equacionar políticas públicas e gizar os parâmetros fundamentais da política educativa, não podiam ter andado pior. Isto, porque não é sensato acusar qualquer estrutura sindical de ter determinado desígnio político específico; não é entendível que se venha dizer que se perderam os professores, mas se ganharam os pais, que são os principais actores da educação, mas não da educação (...).
Mas são dignas de especial reparo as considerações que o senhor Primeiro Ministro, na sua cruzada de tudo promover, teceu sobre a matéria (...). Disse que os professores não podem chegar todos ao cargo de director-geral, tal como os militares não alcançam todos o generalato.
Ora o equívoco não pode ser maior.
Abílio Louro de Carvalho
Jornal do Centor, ed. 243, 10 de Novembro de 2006







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