sábado, março 18, 2006

EB 2, 3 de abraveses e a DISLEXIA.


  • O Núcleo de apoio educativo do agrupamento de escolas de Abraveses dinamizou mais uma Acção de formação sobre o tema “Dislexia em questão”. Decorreu no auditório do Governo civil de Viseu, repleto, sob a orientação da Professora Doutora Helena Serra. A estes alunos, até há bem pouco tempo, não era reconhecida a dificuldade, mas há muitos casos de sucesso, ex.: Einstein, Bush, Tom Cruise, Bill Gates, Pasteur, Júlio Verne e Spielberg, entre outros, que têm em comum a dislexia,
  • Não esteve presente a imprensa, mas conseguimos apurar que os trabalhos se realizaram entre as 9.00 e as 13.00 hrs. Abriu a sessão, com boas vindas, a professora do apoio educativo, seguiu-se o representante do Governo civil os agradecimentos pela representante do agrupamento de escolas e o início da sessão pela excelente oradora que pelos profundos conhecimentos da matéria não se limitou, como é tradicional, ao conhecimento cientifico, mas sim projectando ilustrações práticas e terapêuticas, situação rara neste tipo de acções.
  • A dislexia é um distúrbio não uma deficiência, logo a perda não é definitiva. Será que se justifica legislação própria e diferente do DL n.º 319/91 de 23/08? Com a alteração à lei adivinha-se a restrição de apoios a estes alunos como já se tentou anteriormente a avaliar pelo número reduzido de vagas para a Edu. Especial e a falta destas no Secundário. As DEA (dificuldades especificas de aprendizagem) revelam-se a partir do 1.º CEB altura em que devem ser trabalhadas. Este sintoma nota-se, no Jardim infantil, através da dificuldade por áreas. Enquanto a criança não conseguir desenhar um losango, mais ou menos perfeito, não pode iniciar a escrita porque ainda não domina a orientação espacio-temporal. Os rótulos, além de segregadores, são sempre negativos e indesejáveis.
  • A DEA cujo prefixo dis-lexia significa dificuldade do léxico (leitura e compreensão de textos lidos), poderá ser Ortografia (erros na escrita), Grafia (traçados grafomotores), Calculia (uso de números, cálculos e operações), Praxia (equilíbrio), Mapia (mapas, tabelas e escalas), Dismnésia não recordar (nomes, números e figuras), pode ser associado, também o défice de atenção/concentração.
  • Causas podem ser: imaturidade do SNC (sistema nervoso central); factores genéticos; casos familiares; perturbações afectivas, instrumentais durante o parto ou inicio de vida, nutricionais, ambientais e perturbações nos neurónios.
  • Características.
  • a)Gerais: aprendizagem normal ou acima da média, mas com dificuldade na leitura e escrita; desinteressado, imaturo, descuidado e problemas de comportamento; o esforço não corresponde ao resultado; engenhosos como forma de compensar as debilidades; baixa auto-estima; aversão à escola, leitura, exames e alguma frustração; maior relevância para a oralidade; talentoso nas artes e expressões; dificuldades em noções espaciais e temporais; bom observador; facilidade nas demonstrações com ajuda visual.
  • b)Especifica: frequentes queixas de dores de cabeça, estômago ou tonturas; confusão entre letras, números e sequências; escrita com repetições, adições, transposições, omissões, adições inversões ou substituições e não gosta nem compreende o que lê; escrita ilegível; vocabulário e sintaxe pobre porque não lê; dificuldade nas habilidades motoras finas ou amplas; de lateralidade podendo ser cruzada; cognição, de experiências, excelente a longo prazo, lugares ou caras; dificuldade na informação não experimentada; pensa com imagens e sentimentos não com sons ou palavras.
  • Dificuldades escolares.
  • Leitura: arritmada, silabada, sem entoação, hesitante, difícil interpretação, concordância, articulação de ideias e resumos.
  • Escrita: frases mal estruturadas, falta de elementos ou repetidos, tempos verbais mal utilizados, erros de pontuação, vocabulário restrito, abreviação de ideias; traçados irregulares e ilegíveis; não respeita as linhas; apresentação deficiente e anarquia dos trabalhos.
  • Matemática: inversão de algarismos; dificuldades de ordenação das operações básicas e nos cálculos elementares; erros na organização de parcelas e na disposição dos algarismos, confusão de sinais; insegurança e incompreensão dos enunciados.
  • A Intervenção escolar deve ser individual e centrada na criança/ aluno e enfatizar o esquema corporal, lateralidade; orientação espacio-temporal; maturidade perceptiva (auditiva, visual e táctilo-quinestésica); ritmo e linguagem.
  • Centrada no meio: fraterna e paternal; compreensão, respeito e desdramatização; intervenção especifica; condições de trabalho e legislação.
  • Métodos: o sintético (a, e, i, o, u); o global (28 palavras) não será o mais indicado sabendo que a 1.ª palavra (menina) é de difícil discriminação e colide com a dislexia.
  • Pedagogias: devem ser específicas; localizadas; sistemáticas e estruturadas.
  • Dislexia auditiva ou visual – estão relacionadas com memória e discriminação de cada sentido. Na auditiva a intervenção será ao nível de: batimentos de palavras; reprodução de batimentos em sequência de palavras, números, cores, animais ou flores; rememorizar sons escutados e descoberta de semelhanças; discriminar fonemas – v/f, d/t, p/t, b/d, c/g, m/n, b/v…; fazer rimar preenchendo lacunas frases e poemas; escrever dígrafos com letras móveis – pre/per, clã/cal, dri/dir, flo/fol…; ditado de sílabas sem nexo e contendo dígrafos. Reproduções orais de complexidade crescente que envolvam várias acções; memorização de rimas, lenga-lengas; análise de síntese de palavras, sílaba e letra a letra; iniciar palavras com início/finais omissos; organizar famílias de palavras; exercícios de sopa de letras; descoberta de absurdos auditivos em frases ou sequências de palavras.
  • Dislexia visual: discriminar figuras, desenhos, símbolos relativo a modelo; transpor pontos, traços, símbolos, ou letras… para cima ou baixo, direita e esquerda em quadros apropriados; memorização de objectos previamente visualizados, reconstrução de sequências de objectos, figuras… (visualizados antes); evocar a posição de figuras ou objectos; ordenar palavras para formar frases ou imagens em sequência temporal e acções em sequência lógica; reconstruir palavras com letras móveis; organizar famílias de palavras…
  • Jacinto Figueiredo, 18-03-2006. Site: www.lourenja.blogspot.com

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu