Nova linha Aveiro – Mangualde
vai avançar
Vão nascer
86 quilómetros de novas vias férreas na zona centro-norte de Portugal. A nova
linha Aveiro – Mangualde verá a luz do dia até 2021 e contará com financiamento
europeu – a candidatura será formalizada durante a próxima semana em Bruxelas.
Esta só será realizada se os fundos comunitários forem atribuídos mas a julgar
por projetos semelhantes nomeadamente em Espanha, é possível esperar um parecer
positivo. Ao todo, a nova linha custará 675M€, instalação de ERTMS incluída.
Já não será
a vapor, mas em 2021 voltarão a ser vistos comboios em Viseu. Foto: Geoff Cryer
Esta linha é
uma ambição muito antiga e que cumpre diversos objetivos distintos, com a
reintegração de Viseu na rede ferroviária nacional à cabeça. A capital de
distrito, que é a maior cidade europeia sem caminho de ferro na atualidade,
terá ao fim de mais de 30 anos de ausência o regresso dos comboios à cidade e
ficará integrada num novo e funcional eixo que agregará cidades da importância
de Salamanca, Mangualde, Viseu e Aveiro.
A nova linha
de 86 quilómetros terá de vencer a difícil orografia do terreno e seguirá
paralela à autoestrada A25. Numerosas obras de arte serão erguidas pois além da
difícil orografia a linha terá de cumprir com os padrões geométricos
requeridos: velocidade de ponta de 200 km/h e rampa máxima de 15 mm / metro.
Isto possibilitará não só a reintrodução dos comboios de passageiros em Viseu,
como a aceleração decisiva dos comboios do eixo da Beira Alta quer em direção a
Lisboa quer em direção ao Porto, que ficará assim muito mais próximo de uma
região sobre a qual exerce forte influência – nomeadamente através das suas
Universidades.
Para o
tráfego de mercadorias, a nova linha representará não só um atalho para
alcançar os portos de Aveiro e de Leixões, que são os grandes beneficiários
directos deste projeto, como representará também a possibilidade de aumentar a
produtividade destes tráfegos, já que a nova linha permitirá cargas por comboio
muito superiores à que permite a linha atual entre Pampilhosa e Mangualde.
Entre Mangualde e Vilar Formoso, onde os limites atuais são igualmente
restritivos, são de esperar intervenções que permitam subir a carga rebocável
por uma locomotiva de tipo 4700 da CP Carga para o patamar das 1200 toneladas,
pelo menos.
Ficou assim
posta de parte a possibilidade de Viseu poder ser servido simplesmente por um
ramal ligando à atual linha da Beira Alta, o que reproduziria as limitações que
já existiam no tempo da linha de Via estreita Viseu – Santa Comba Dão, que
obrigavam a um serviço distinto para um eixo distinto servindo a cidade de
Viseu.
A nova linha
será eletrificada a 25.000V / 50 Hz, contará com sistemas de controlo de
tráfego ETCS e travessas polivalentes permitindo uma rápida migração para
bitola 1.435 mm. A inserção na linha do Norte será feita junto à estação de
Cacia, a norte de Aveiro.
O total do
projeto da Beira Alta ascende a mais de 690 milhões de Euros, maioritariamente
financiados pela Comissão Europeia, a que se acrescentará o investimento na
nova linha. De parte ficou a hipótese de construção de uma linha inteiramente
nova também entre Mangualde e Salamanca.
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