escola todo o dia para todos os alunos do básico

Governo quer escola todo o dia para todos os alunos do básico

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10 Fev, 2016 - 08:39 • João Cunha

Não se sabe quanto é que a medida pode custar, mas, quando foi introduzida no primeiro ciclo, valeu 100 milhões de euros.

Actividades extra-curriculares podem ser solução para crianças ficarem na escola até às 19h30. Foto: CM Vila Pouca de Aguiar

O Governo pretende alargar a escola a tempo inteiro aos alunos de todo o ensino básico. A intenção do Executivo, segundo o “Diário de Noticias”, é a de que as crianças fiquem na escola até às 19h30, como já acontece com os alunos do primeiro ciclo.

A medida é para pôr em prática até 2019. Até essa data, o Governo quer alargar as actividades extracurriculares aos quase 900 mil alunos do ensino básico, que poderão ter aulas de música, de teatro ou de desporto.

A medida consta do programa do Governo e das grandes opções do plano para a legislatura mas, para já, não se sabe como é que esta oferta - mais compatível com os horários de trabalho da grande maioria dos pais - vai funcionar.

Certo é que será preciso contratar mais professores, técnicos e funcionários, e isso reflecte-se num esforço financeiro. De quanto? Não se sabe. Mas quando a medida foi introduzida no primeiro ciclo, em 2006, a escola a tempo inteiro exigiu um investimento de 100 milhões de euros.

Este é um custo que as autarquias e os pais podem ser chamados a co-financiar.

Para Mário Nogueira, da Fenprof, é importante esta resposta social, pela necessidade das famílias, mas é necessário não cometer erros, como os que tem sido cometidos no primeiro ciclo do ensino básico.

“Esta não pode ser uma resposta obrigatória, ou seja, tem de ser algo a que os pais recorrem se necessário, mas sem estarem obrigados a isso, porque escola em excesso não é bom para os alunos”, diz.

“E não podem ser cometidos os erros que por exemplo nas actividades de enriquecimento curricular do ensino básico estão a ser cometidos, isto é, em cima das actividades curriculares, dar-lhes outras actividades também elas escolarizadas”.

Outro dos erros apontados por Mario Nogueira é o facto de as actividades extracurriculares serem dadas nas mesmas salas de aula onde os alunos já passam várias horas por dia.

[Notícia actualizada às 9h08]