sexta-feira, dezembro 14, 2012

O POLVO E A OPERAÇÃO FACE OCULTA COM RABO DE FORA


"O POLVO" E A OPERAÇÃO FACE OCULTA COM RABO DE FORA

1-  A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi
redireccionada pela investigação e pelos Media para  passar a visar
principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo,
porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN
prometia dar  cabo do PSD.
2. Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de umaO POLVO E A OPERAÇÃO FACE OCULTA COM RABO DE FORA
torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.
3. O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça
fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o
BPN, inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido.
A táctica então escolhida pelo polvo  laranja foi desencadear um inquérito
parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a «asfixiar»
a comunicação social ! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o
caso BPN e desviar as atenções.
4. Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água
abaixo.

5. Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de
milhões , amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino
pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena,
concelho de Oeiras.  Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos
Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a «cedê-los
generosamente» ao Estado para lá construir o IPO.
Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e
não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia ser ajustado entre os
amigos vendedores e compradores, quiçá com umas comissões a transferir para
a Suíça.

6. Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e
2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha óptimas relações para
propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o
cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o
companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao
Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.
7. Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra
dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi
a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der
uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projecto não será da
responsabilidade do município de Oeiras."
8. Como assim, "mudança de opinião do governo"?
9. Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo
encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a
procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma
decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a
Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.
10. No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência
foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno
municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em
Chelas, Lisboa. Foi assim que se lixou o projecto Lima-Isaltino: o ministro
Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de
Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da
autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido  muito diferente. E
os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima
até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.
11. Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de
Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de
janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo
Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês.

Não sabemos  o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do
governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes.  Que Cavaco queria a
pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do
projecto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clan do seu amigo Duarte
Lima e ao polvo laranja.
É bem possível que essa tenha sido a razão.
Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que às vezes fico
pensando, se a burrice não será uma ciência.
'' António Aleixo''
recebida por email de R. Balula

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