quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Portugal à grande, mas com recursos sem interesse

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!

sábado, fevereiro 25, 2012

Acordo Ortográfico

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/acordo.php?acordo&version=1990


Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

BASE I: DO ALFABETO E DOS NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E SEUS DERIVADOS

BASE II: DO H INICIAL E FINAL

BASE III: DA HOMOFONIA DE CERTOS GRAFEMAS CONSONÂNTICOS

BASE IV: DAS SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS

BASE V: DAS VOGAIS ÁTONAS

BASE VI: DAS VOGAIS NASAIS

BASE VII: DOS DITONGOS

BASE VIII: DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS OXÍTONAS

BASE IX: DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS

BASE X: DA ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÓNICAS/TÔNICAS GRAFADAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS

BASE XI: DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

BASE XII: DO EMPREGO DO ACENTO GRAVE

BASE XIII: DA SUPRESSÃO DOS ACENTOS EM PALAVRAS DERIVADAS

BASE XIV: DO TREMA

BASE XV: DO HÍFEN EM COMPOSTOS, LOCUÇÕES E ENCADEAMENTOS VOCABULARES

BASE XVI: DO HÍFEN NAS FORMAÇÕES POR PREFIXAÇÃO, RECOMPOSIÇÃO E SUFIXAÇÃO

BASE XVII: DO HÍFEN NA ÊNCLISE, NA TMESE E COM O VERBO HAVER

BASE XVIII: DO APÓSTROFO

BASE XIX: DAS MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS

BASE XX: DA DIVISÃO SILÁBICA

BASE XXI: DAS ASSINATURAS E FIRMAS

Educação Directores impedidos de se candidatarem

Directores impedidos de se candidatarem até terminar fusão de escolas
Por Kátia Catulo, publicado em 25 Fev 2012 - 03:10 | Actualizado há 9 horas 28 minutos
Assim que o mandato terminar, tutela quer nomear comissões para gerir escolas até fusão ficar concluída
Assim que um director de uma escola que ainda não foi agrupada terminar o seu mandato, fica impedido de voltar a candidatar-se e de ser reconduzido para um segundo mandato. A escola é tomada de imediato por uma comissão administrativa provisória, nomeada pelo Ministério da Educação. Esta comissão assume a gestão da escola e só dali sairá quando o governo decidir sobre a sua fusão com outros estabelecimentos de ensino ou agrupamentos escolares. A partir de agora e até ao fim do ano lectivo 2012-2013 terá de ser assim.
Esta é a intenção da tutela, expressa na sua proposta sobre gestão e administração escolar. A intenção suscitou “muitas inquietações” nos directores, que desconhecem ainda quais vão ser as cerca de 1100 escolas ou agrupamentos envolvidos no processo de fusão. “Definir uma regra igual para todos sem estarem concluídas as negociações com as autarquias e direcções escolares só pode significar que o governo não equaciona outro caminho que não seja o reagrupamento de todas as unidades de ensino”, adverte Adalmiro da Fonseca, da Associação Nacional de Directores e Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Por enquanto, quase nada está decidido. A tutela apenas se compromete a fundir estabelecimentos de ensino dentro de critérios de “razoabilidade” e esclareceu junto das associações de directores que a reorganização terá de ficar definida até ao fim de Março. De fora desta vaga ficam as escolas ou agrupamentos dos território educativos prioritários, os estabelecimentos de ensino profissionais ou artísticos, as escolas que prestam serviço em prisões e ainda as escolas com contrato de autonomia.
A decisão de excluir as 22 escolas com contrato de autonomia, aliás, é uma novidade introduzida na proposta da tutela que confunde o dirigente da ANDAEP: “Uma vez que alargar a autonomia das escolas é um objectivo assumido pela tutela, será que os próximos a celebrarem contratos de autonomia ficam isentos deste processo?” A dúvida já foi endereçada ao secretário de Estado da Administração Escolar e as inquietações já levaram o presidente da ANDAEP a convocar um encontro nacional de directores para o próximo dia 10, em Leiria. Kátia Catulo

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Limão como terapia e fortes efeitos anti-cancerígenos

QUE O LIMÃO É BOM NÃO HÁ DÚVIDA
SE O QUE DIZEM AS PESQUISAS É VERDADE, MELHOR !

Tomar limonada como água todos os dias, acrescentando uma colherinha de bicabornato é melhor.
O Limão (Citrus limonun Risso, Citrus limon (L.) Burm., Citrus medica) é um produto milagroso para matar as células cancerosas. É 10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia.

Por que isto não é divulgado?

Porque há organizações interessadas em encontrar uma versão sintética que lhes permita obter lucros fabusosos. Mas, a partir de agora você pode ajudar um amigo que precise informando-lhe que deve beber sumo de limão com bicabornato de sódio para prevenir a doença. Seu sabor é agradável. E, é claro, não produz os efeitos terríveis da quimioterapia. E se você tiver lugar plante um pé de limão no seu quintal ou jardim. Todas as partes da árvore são
úteis.

A próxima vez que você quiser beber um sumo, peça ou faça-o de limão natural, sem conservantes.

Quantas pessoas morrem, enquanto este segredo tem sido bem guardado só para não colocar em risco as utilidades multi bilionárias de grandes corporações?

Como você bem sabe o limoeiro é uma árvore pequena e baixa. Não ocupa muito espaço. É conhecido pelo nome de limoeiro, pé de limão, lima (em alguns lugares), llimona (cat) limoiaritz (eusk).
É uma fruta cítrica que vem em diferentes formas. Sua polpa pode ser consumida diretamente ou é usada normalmente para fazer bebidas, sorvetes, doces e assim por diante.

O interesse desta planta é devido a seus fortes efeitos anti-cancerígenos. E embora lhe sejam atribuidas muitas outras propriedades, o mais interessante sobre ele é o efeito que produz sobre os cistos e tumores. Esta planta é um remédio comprovado contra o câncer de todos os tipos e o bicabornato vai mudar o Ph do seu organismo. Alguns dizem que é de grande utilidade em todas as formas de câncer.

É considerado também como um agente anti-microbiano de amplo espectro contra infecções bacterianas e fungos que vivem em lugares ácidos. Acrescentando bicarbonato de sódio em sua limonada você altera o Ph do seu organismo; é eficaz contra parasitas internos e vermes, regula a pressão arterial elevada e é antidepressivo, combate a tensão e os distúrbios nervosos.

A fonte desta informação é fascinante: ela vem de um dos maiores fabricantes de remédios do mundo, que afirma que depois de mais de 20 testes de laboratório realizados desde 1970, ficou provado que o extrato:

1 - Destroi as células malignas em 12 tipos de câncer, incluindo câncer de cólon, de mama, de próstata, de pulmão e do pâncreas...
2 - Os compostos desta árvore mostraram atuar 10.000 vezes melhor, retardando o crescimento das células cancerosas do que a adriamicina, uma droga quimioterápica, normalmente utilizada no mundo.
3 - E o que é ainda mais surpreendente: este tipo de terapia, com o extrato do limão e bicabornato, destrói apenas as células malignas do câncer e não afeta as células saudáveis.

Instituto de Ciências da Saúde, L.L.C. 819 N. Charles Street - Baltimore, MD 1201.

domingo, fevereiro 19, 2012

Dislexia e Dificuldades de Aprendizagem

PROCESSO DE AVALIAÇÃO EM DISLEXIA E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM 15 PASSOS. 1º anamenese 2º exame visual 3º exame auditivo com timpanograma 4º avaliação cognitiva 5º avaliação emocional Se chegados aqui percebermos que o aluno tem algum comprometimento em qualquer um ou em vários destes níveis não avançamos com a avaliação em Dislexia. Isto porque a existência de um problema visual, auditivo, cognitivo ou até mesmo emocional pode estar a comprometer a aquisição da leitura e da escrita bem como a compreensão do que se lê. Outra questão muito importante é percebermos que um aluno com Défice Cognitivo não pode nunca ser diagnosticado com DISLEXIA ou qualquer outra DIS. O aluno com défice cognitivo apresentará todas as caraterísticas de problemas relacionados à lingugem, à leitura, à matemática, dependendo do tipo de défice cognitivo. Trata-se de uma questão intelectual. O disléxico tem por norma esta área na média ou acima da média. Portanto, o Diagnóstico deve ser feito por EXCLUSÃO, ou seja, excluindo todos os fatores que possam comprometer tal funcionalidade. Assim, só depois avançamos com: 6º avalação da psicomotricidade 7º avaliação da memória visual 8º avaliação da memória auditiva 9º avaliação da discriminação auditiva 10º avaliação da maturidade percetiva 11º avaliação da velocidade de leitura 12º avaliação da leitura de pseudopalavras 13º avaliação dos processos de leutura 14º avaliação da escrita 15º avaliação da idade de leitura (dos 10 anos em diante) ou avaliação da linguagem oral (dos 8 aos 10 anos). Acresce, que pelo acima explicado, que a avaliação deve ser multidisciplinar em que cada técnico faz uma parte. Posteriormente em reunião de equipa percebe-se o diagnóstico final.

sábado, fevereiro 18, 2012

Eanes - Presidente (cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum»,

Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência» públicas que viesse a receber.
Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.
O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.
Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.
Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados e não aceitou o dinheiro.
Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem por todos os lados.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.
Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe. «Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, «agradeço-a e aceito-a. Mas pedi-la, não. Nunca!»
O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável “preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões da honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis. Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta- acrescentando os outros.
“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido, liderando”.
O acto do antigo Presidente (cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.
Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.
Fernando Dacosta

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Autonomia das escolas. Directores contra “cedência” aos sindicatos

Por Kátia Catulo, publicado em 14 Fev 2012 - 03:10 | Actualizado há 20 horas 43 minutos Tutela quer que os docentes participem na nomeação da equipa mais próxima da direcção. Directores não querem abdicar deste poder O director de uma escola ou de um agrupamento escolhe os professores que quer ter na sua equipa. Até agora tem sido assim, mas se a proposta do governo sobre o regime de autonomia e gestão escolar avançar, os docentes ganham mais poder para eleger os coordenadores dos seus departamentos. O Ministério da Educação quer que o director apresente uma lista com três nomes e que sejam os professores a ter uma decisão final sobre quem vai desempenhar esse cargo. É uma repartição de competências que só satisfaz em parte as reivindicações dos sindicatos, mas que não agrada aos directores. Manuel Esperança, do Conselho das Escolas, critica a tutela por ter “cedido aos sindicatos” e Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), diz que equipa de Nuno Crato “tentou fazer como Salomão”, esquecendo-se que as “leis não podem ser feitas para agradar a todos”. Mas se a intensão da tutela foi satisfazer os dois lados, o objectivo falhou já que o presidente da ANDAEP assegura que os “directores rejeitam esta mudança por não fazer sentido: “Se um director é eleito mediante um projecto que é seu, do qual é responsável pela sua execução e resultados, não faz sentido que não tenha competência para nomear a sua equipa mais próxima.” Manuel Esperança esclarece que ainda não analisou a fundo a proposta do governo, mas já está descontente com o facto de a tutela retirar aos directores o poder de eleger os seus coordenadores: “À partida não gostei desta cedência que a tutela fez aos sindicatos. Até porque nenhum director com bom senso vai designar docentes que não são bem aceites pelos seus pares.” O presidente do Conselho das Escolas diz não perceber os receios dos sindicalistas, ao temerem a falta de democracia, perante um modelo que actualmente entrega aos directores o poder de nomear as chefias das estruturas intermédias: “Os sindicalistas têm esta mania que nós só queremos yes boys a trabalhar connosco. É uma ideia profundamente errada, mas também não podemos nomear docentes que estão, por exemplo, contra a visão que temos sobre o projecto educativo da escola ou do agrupamento do qual somos responsáveis.” Esta não é a única mudança que a tutela propõe. Ter pelo menos cinco anos de experiência num cargo de direcção já não basta para chegar a director. O candidato tem agora de ter formação específica na área da gestão e administração escolar. E para eleger um director já não é suficiente a maioria por um voto, terá de ter pelo menos um quarto dos votos do conselho geral das escolas. O conselho geral, que já tinha o poder para destituir o director, passa igualmente a ter competência para o avaliar. Uma proposta que até faz sentido para Adalmiro da Fonseca. Antes eram os máximos responsáveis das direcções regionais de educação que assumiam essa função: “Os conselhos gerais estão mais envolvidos com o trabalho dos directores”, diz Adalmiro da Fonseca.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Euro € se acabar - Recomendações Práticas

Fim do euro, recomendações práticas
I informação – por Pedro Braz Teixeira,
A saída do euro pode ocorrer de forma muito caótica, podendo levar ao colapso temporário do sistema de pagamentos e de distribuição
O risco de saída de Portugal do euro tem associados múltiplos riscos, dos quais gostaria de salientar três: o risco do colapso temporário do sistema de pagamentos, o risco do colapso temporário do sistema de distribuição de produtos e o risco de perda – definitiva – de valor de inúmeros ativos (depósitos à ordem e a prazo, obrigações, ações e imobiliário, entre outros).
Considero que todos os portugueses devem “subscrever” seguros contra estes riscos, tal como fazem um seguro contra o incêndio da sua própria casa. Quando se compra este seguro, o que nos move não é a expectativa de que a nossa casa sofra um incêndio nos meses seguintes, um acontecimento com uma probabilidade muito baixa, mas sim a perda gigantesca que sofreríamos se a nossa habitação ardesse.
Quais são as consequências imediatas de Portugal sair do euro? A nova moeda portuguesa (o luso?) sofreria uma desvalorização face ao euro de, pelo menos, 20%. Todos os depósitos bancários seriam imediatamente transformados em lusos, perdendo, pelo menos, 20% em valor. Todos os depósitos ficariam imediatamente indisponíveis durante algum tempo (dias? semanas?) e não haveria notas e moedas de lusos, porque o nosso governo e o Banco de Portugal não consideram necessário estarmos preparados para essa eventualidade.
O mais provável é que a saída do euro fosse anunciada numa sexta-feira à tarde, havendo apenas o fim de semana para tratar da mudança de moeda. Logo, na sexta-feira os bancos retirariam todas as notas de euros das máquinas de Multibanco e quem não tivesse euros em casa ou na carteira ficaria sem qualquer meio de pagamento.
Durante algumas semanas (ou mais tempo) teríamos um colapso do sistema de pagamentos e, provavelmente, também um corte nos fornecimentos. As mercearias e os supermercados ficariam incapazes de se reabastecer, devido às dificuldades associadas à troca de moeda.
Estes “seguros” de que falo, contra este cenário catastrófico, não podem ser comprados em nenhuma companhia de seguros, mas podem ser construídos por todos os portugueses, estando ao alcance de todos, adaptados à sua realidade pessoal.
O que recomendo é algo muito simples que – todos – podem fazer. Ter em casa dinheiro vivo num montante da ordem de um mês de rendimento e a despensa cheia para um mês. Esta ideia de um mês de prevenção é indicativa e pode ser adaptada à realidade de cada família.
Não recomendo que façam isso de forma abrupta, mas lentamente e também em função das notícias que forem saindo. De cada vez que levantarem dinheiro, levantem um pouco mais que de costume e guardem a diferença. De cada vez que fizerem compras tragam mais alguns produtos para a despensa de reserva. Aconselho que procurem produtos com fim de validade em 2013 ou posterior, mas, nos casos em que isso não seja possível, vão gastando os produtos de reserva e trocando-os por outros com validade mais tardia. Desta forma, sem qualquer rutura, vão construindo calmamente os vossos seguros contra o fim do euro.
Quanto custará este seguro? Pouquíssimo. Em relação ao dinheiro de reserva, o custo é deixarem de receber os juros de depósito à ordem, que ou são nulos ou são baixíssimos. Em relação aos produtos na despensa de reserva, é dinheiro empatado, que também deixa de render juros insignificantes.
Quais são os benefícios deste seguro? Se o euro acabar em 2012, como prevejo, o dinheiro em casa não se desvaloriza, mas o dinheiro no banco perderá, no mínimo, 20% do seu valor. Além disso terá o benefício de poder fazer pagamentos no período de transição, que se prevê extremamente caótico. A despensa também pode prevenir contra qualquer provável rutura de fornecimentos, garantindo a alimentação essencial no período terrível de transição entre moedas. Parece-me que o benefício de não passar fome é significativo.
E se, por um inverosímil acaso, a crise do euro se resolver em 2012 e chegarmos a 2013 com o euro mais seguro do que nunca? Nesse caso – altamente improvável – a resposta não podia ser mais simples: basta depositar no banco o dinheiro que tem em casa e ir gastando os produtos na despensa à medida das suas necessidades.
Investigador do NECEP da Universidade Católica

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

C. Novas Oportunidades CNOR(R)

Transcrição de um documento certificador de histórias da vida, com equivalência ao 12.º ano do ensinosecundário, de um formando das Novas Oportunidades :
Reza a redacção desse documento:

“Como já disse anteriormente tenho um filho e uma filha, em que ele é mais velho cinco anos “…Ando sempre a fazer-lhe ver as coizas até já lhe tenho dito se tiver a inflicidade de falecer novo paça a ser ele o homem da casa e tomar conta da mãe e mana, mas para ele é difícil de compreender as coisas e por vezes até me pede desculpa e que para a procima já não comete os mesmos erros. Ele tem o espaço dele com a mãe em que não me intrumeto, desde mimos e converças porque graças a Deus nem eu nem ele temos siumes um do outro com a mãe…” (PÚBLICO, Santana Castilho, 25.Maio.2011). Sete erros ortográficos em 111 palavras é obra!

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Ware afirma que as pessoas «crescem imenso quando confrontadas com a sua mortalidade»

Bronnie Ware é uma enfermeira australiana que durante vários anos trabalhou numa unidade de cuidados paliativos para doentes terminais. No seu blog – Inspiration and Chai – compilou as cinco coisas que as pessoas à beira do fim mais se arrependem de não ter feito.

Ware afirma que as pessoas «crescem imenso quando confrontadas com a sua mortalidade» e que cada indivíduo passa por uma «grande variedade de emoções», «negação, medo, raiva, remorso, mais negação e, eventualmente, aceitação».

Quando questionados sobre o que gostariam de ter feito de forma diferente em vida, os pacientes repetiam frequentemente os temas. Essas respostas foram compiladas e deram origem ao livro 'The Top Five Regrets of The Dying'.

Aqui fica um resumo dos principais arrependimentos das pessoas no leito de morte, tal como foram testemunhados por Bronnie Ware.



Quem me dera ter tido a coragem de viver de acordo com as minhas convicções e não de acordo com as expectativas dos outros.
«Este é o arrependimento mais comum. Quando as pessoas se apercebem de que a sua vida esta a chegar ao fim e olham para trás, percebem quantos sonhos ficaram por realizar. (…) A saúde traz consigo uma liberdade de que poucos se apercebem que têm, até a perderem».



Quem me dera não ter trabalhado tanto.
«Este era um arrependimento comum em todos meus pacientes masculinos. Arrependiam-se de terem perdido a infância dos filhos e de não terem desfrutado da companhia das pessoas queridas. (…) Todas as pessoas que tratei se arrependiam de terem passado muita da sua existência nos ‘meandros’ do trabalho».



Quem me dera ter tido coragem de expressar os meus sentimentos.
«Muitas pessoas suprimiram os seus sentimentos, para se manterem em paz com as outras pessoas. Como resultado disso, acostumaram-se a uma existência medíocre e nunca se transformaram nas pessoas que podiam ter sido. Muitos desenvolveram doenças cujas causas foram a amargura e ressentimento que carregavam como resultado dessa forma de viver».



Quem me dera ter mantido contacto com os meus amigos.
«Muitas vezes as pessoas só se apercebem dos benefícios de ter velhos amigos quando estão perto da morte e já é impossível voltar a encontrá-los. (…) Muitos ficam profundamente amargurados por não terem dedicado às amizades o tempo e esforço que mereciam. Todos sentiam a falta dos amigos quando estavam às portas da morte».



Quem me dera ter-me permitido ser feliz.
«Muitos só perceberam no fim que a felicidade era uma escolha. Mantiveram-se presos a velhos padrões e hábitos antigos. (…) O medo da mudança fê-los passarem a vida a fingirem aos outros e a si mesmos serem felizes, quando, bem lá no fundo, tinham dificuldade em rir como deve ser».

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

EDP MERCADO LIVRE DE ELETRICIADADE

O que é o mercado livre de eletricidade e como mudo de fornecedor?

O mercado livre de eletricidade entra em vigor em 2013, com o fim das tarifas reguladas (aquelas que aumentaram 4% este ano), e a partir daí vai ser preciso escolher um fornecedor que esteja nesse mercado. Saiba como tudo vai funcionar e que vantagens existem.

O que é o mercado livre de eletricidade?
Hoje, a maioria dos contratos de eletricidade dos clientes domésticos têm como base uma tarifa regulada, definida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e a partir da qual se chega depois à tarifa que se paga todos os meses pelo consumo efetuado. Contudo, para trazer concorrência ao sector e potenciar a entrada de outras empresas além da EDP - a única que pratica as tarifas reguladas - instituiu-se que o mercado deveria ser liberalizado e que as tarifas reguladas iriam acabar, passando a ser as empresas a definir os preços.

Que operadores existem no mercado?
No mercado doméstico, existe a EDP Comercial, a Endesa, a Iberdrola e a Gas Natural Fenosa. Para as grandes empresas e indústrias, além deste quatro, há ainda a Galp Energia, a Fortia, a EGL e a CEVE.

Como mudo de fornecedor?
O processo de mudança de comercializador é gratuito e é acionado assim que o consumidor contactar e contratar um novo fornecedor de energia, sendo ele que trata de tudo, inclusive, avisar o anterior fornecedor.

Posso mudar de empresa se não gostar do serviço?
Ao contrário do que se passa nas telecomunicações, não existe fidelização nestes contratos, e por isso pode mudar-se de fornecedor de eletricidade até quatro vezes durante um ano.

Se for cliente da EDP também tenho de mudar?
Sim. A EDP Universal é a operadora que pratica os preços com base nas tarifas reguladas. No mercado liberalizado quem atua é a EDP Comercial e terá que fazer um novo contrato com esta empresa, mesmo ela sendo do universo EDP. Por exemplo, a parceria entre a EDP e o Continente obriga a que os clientes mudem já de fornecedor, dando assim um incentivo ao mercado liberalizado de energia. É verdade que não tem tarifa bi-horária, mas esta campanha é voluntária.

Quando é que posso mudar de fornecedor?
O calendário de extinção das tarifas reguladas de venda a clientes domésticos tem duas fases. A primeira arranca já a 1 de Julho de 2012, quando acabam as tarifas reguladas para as pequenas empresas e os grandes agregados familiares (quintas ou vivendas, por exemplo). A segunda fase arranca a 1 de Janeiro de 2013, para todos os consumidores de eletricidade. Haverá depois um período de transição, até final de 2015, o que significa que os clientes terão dois anos para mudar de comercializador.

Que vantagens há no mercado livre?
O mercado livre de eletricidade começou a ser criado em 2009 e, hoje, já se pode escolher um fornecedor de eletricidade sem ser a EDP Universal, que é a empresa que tem as tarifas reguladas. O problema é que, os preços regulados são mais baixos que os preços praticados pelas empresas e por isso são ainda poucos os consumidores a mudar. Quando acabarem as tarifas reguladas as empresas terão margem para baixar os preços e os clientes já poderão aderir.

No mercado livre há tarifas bi e tri-horária?
Hoje não há, mas quando o mercado estiver totalmente liberalizado, em Janeiro de 2016, as empresas vão ter vários pacotes tarifários como acontece nas telecomunicações ou nos telemóveis.

Então, só se ficar no mercado regulado é que posso ter tarifa bi ou tri-horária?
Até final de 2015 sim. Depois disso, é preciso ver a oferta que cada uma das empresas vai ter.

Fonte: http://www.dinheirovivo.pt/

Ricardo Araújo Todos os contribuintes são proprietários do BPN e da Madeira

Ponto da situação

Passos Coelho bem avisou que iria fazer cortes na despesa. Só não disse que era na nossa. A nossa despesa com alimentação, habitação e transportes está cada vez menor...

Os portugueses vivem hoje num país nórdico: pagam impostos como no Norte da Europa; têm um nível de vida como no Norte de África. Como são um povo ao qual é difícil agradar, ainda se queixam. Sem razão, evidentemente.

A campanha eleitoral foi dominada por uma metáfora, digamos, dietética: o Estado era obeso e precisava de emagrecer. Chegava a ser difícil distinguir o tempo de antena do PSD de um anúncio da Herbalife. "Perca peso orçamental agora! Pergunte-me como!" O problema é que, ao que parece, um Estado gordo é caro, mas um Estado magro é caríssimo. Aqueles que acusavam o PSD de querer matar o Estado à fome enganaram-se. O PSD quer engordá-lo antes de o matar, como se faz com o porco. Ninguém compra um bácoro escanzelado, e quem se prepara para comprar o Estado também gosta mais de febra do que de osso.


Embora o nutricionismo financeiro seja difícil de compreender, parece-me que deixámos de ter um Estado obeso e passámos a ter um Estado bulímico. Pessoalmente, preferia o gordo. Comia bastante mas era bonacheirão e deixava-me o décimo terceiro mês (o atual décimo segundo mês e meio, ou os décimos terceiros quinze dias) em paz.


Enfim, será o preço a pagar por viver num país com 10 milhões de milionários. Talvez o leitor ainda não tenha reparado, mas este é um país de gente rica: cada português tem um banco e uma ilha. É certo que é o mesmo banco e a mesma ilha, mas são nossos. Todos os contribuintes são proprietários do BPN e da Madeira. Tal como sucede com todos os banqueiros proprietários de ilhas, fizemos uma escolha: estes são luxos caros e difíceis de sustentar. Todos os meses, trabalhamos para sustentar o banco e a ilha, e depois gastamos o dinheiro que sobra em coisas supérfluas, como a comida, a renda e a eletricidade.


Felizmente, o governo ajuda-nos a gerir o salário com inteligência. Pedro Passos Coelho bem avisou que iria fazer cortes na despesa. Só não disse que era na nossa, mas era previsível. A nossa despesa com alimentação, habitação e transportes está cada vez menor. Afinal, o orçamento gordo era o nosso. Agora está muito mais magro, elegante e saudável. Mais sobra para o banco e para a ilha.

Ricardo Araújo Pereira

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Escola Sec de Emídio Navarro Viseu concurso de Foto Reportagem

Emídio Navarro desafia alunos de Viseu para concurso de foto-reportagem.
Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos dá o mote para iniciativa, que abrange alunos do 7.º ao 12.º anos de escolaridade.
_ A Escola Secundária Emídio Navarro está a levar a cabo o Concurso Foto-Reportagem 2011/2012, no âmbito do Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, proclamado pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Podem participar neste concurso alunos do 7.o, 8.o e 9.o anos do ensino básico, bem como 10.o,
11.o, e 12.o do ensino secundário, a título individual ou em grupos de dois que queiram aderir a esta iniciativa. Espera-se que os alunos participem tanto no período lectivo, como no período extra aulas, pelo que podem participar não só com a coordenação dos professores, mas também dos encarregados de educação.
São objectivos desta iniciativa sensibilizar os alunos para o ano 2012 Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, bem co mo levar os alunos a questionarem-se e a reflectirem sobre o sen tido da acção humana destrui dora do ambiente natural e equacionarem respostas adequadas. A iniciativa pretende ainda mobilizar os jovens para os valores da responsabilidade, da solidariedade e do respeito pela natureza em ordem à orientação do comportamento em situações do quotidiano, organizar um universo de valores que inclua a responsabilidade do ser humano em relação ao ambiente natural e aos que dele de pendem e sensibilizar toda a comunidade para o interesse pedagógico deste projecto.
Para se candidatarem, os in teres sados deverão entregar na escola a ficha de inscrição, que se encontra na reprografia e no si te da escola, devidamente preenchida, bem como os apoios (no me do professor/educador), a reportagem com um limite de três páginas, a identificação da reportagem e uma fotografia ilustrativa 25x38 impressa em papel de fotografia.
Todas as foto reportagens serão submetidas a uma pré-selecção e serão admitidos todos os trabalhos que abordem o tema, acompanhados pela ficha de inscrição. O concurso estende-se até Abril, sendo que até dia 17 de Fevereiro decorre o período de divulgação e acompanhamento. O prazo de entrega das foto reportagens termina a 13 de Abril e as candidaturas admitidas serão divulgadas na escola na semana seguinte ao prazo da entrega dos trabalhos. A seleção de trabalhos admitidos a concurso serão mostrados no site www.esenviseu.net. Haverá duas categorias de pré mios: o prémio individual e o pré mio de grupo de dois. Os prémios individuais a atribuir às três melhores foto reportagens são 100 euros e um cheque prenda (primeiro lugar), uma má quina fotográfica FUJIFILM Fine -Pix C10 (segundo lugar) e um cheque prenda (terceiro lugar.
Os prémios de grupo a atribuir às três melhores foto reportagens são 100 euros e um cheque prenda (primeiro lugar), um cheque prenda (segundo e terceiro lugar). Os nove primeiros classifica dos recebem ainda seis horas de formação em fotografia.
O resultado da apreciação final será divulgado a 2 de Maio e as fotos estarão em exposição de
12 a 20 de Maio, no Palácio do Gelo e na escola de 21 a 31 de Maio de 2012.

Diário de Viseu um de Fevereiro de 2012