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C - Exercícios de aritmética eleitoral
- Número de inscritos
A forma como o Estado e os governos tratam desta questão é reveladora do respeito que têm para com a democracia de mercado que montaram e que apregoam como exemplar. Com os meios técnicos existentes e com o afamado Simplex, ainda não conseguiram uma forma de manter o recenseamento actualizado. Percebe-se porquê: os mandarins não deixam de ser eleitos e os subsídios aos partidos são pagos pelo número de votos conseguidos, sendo irrelevante, para esse efeito, a taxa de participação dos inscritos e a presença, entre estes, de muitos milhares de pessoas já falecidas.
| 1999 | 2004 | 2009 | |||
| nº | % | nº | % | nº | % |
INSCRITOS | 8.695.600 | | 8.748.600 | | 9.491.492 | |
VOTANTES | 3.480.948 | 40,03 | 3.394.356 | 38,80 | 3.555.088 | 37,46 |
Votos expressos | | | | | | |
BRANCOS | 63.573 | 1,83 | 87.193 | 2,57 | 164.815 | 4,64 |
NULOS | 53.245 | 1,53 | 47.344 | 1,39 | 71.103 | 2,00 |
DIRIGIDOS | 3.364.130 | 96,64 | 3.259.819 | 96,04 | 3.318.980 | 93,36 |
Como se explica que entre 1999 e 2004 o número de inscritos residentes tenha aumentado 53 mil e, de 2004 para hoje, tenha crescido quase 743 mil? Como é óbvio, isto adultera o cálculo da taxa de abstenção e justifica que o acréscimo do número de votantes (cerca de 160 mil) não tenha impedido a taxa de abstenção de aumentar (61.2% em 2004 para 62.5% no dia 7).
Não se consegue entender, face às dinâmicas populacionais, porque cresce 19% o eleitorado açoriano e mais de 12% em Aveiro, Braga, Leiria, Madeira, Viana do Castelo e Vila Real e apenas 5% em Lisboa ou 7% em Setúbal.
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