Os professores e os sindicatos (21-10-2008) http://www.esenviseu.net/Principal/Noticias/Noticias.asp?CodID=767
Os professores são dos grupos profissionais mais coesos. Gostam de se repartir por várias organizações sindicais. De preferência muitas. O objectivo, por enquanto utópico, parece ser um professor, um sindicato.
Ordem também desejam os docentes. Andam há décadas a tentar pôr ordem na pró-Ordem. Para que a Ordem possa nascer. Mas a sua desordem - pelo menos a intelectual - não consegue.
Por sua vez cada sindicato, dos mais de vinte que existem, parece não gostar da Ordem. A não ser da sua própria ordem interna. Em mais de trinta anos de democracia os sindicatos conseguiram melhorias para os professores, sobretudo salariais e relativas à progressão na carreira docente. Pouco mais. E, para os seus dirigentes, não poucas regalias. Desde anos a fio sem dar aulas, até complementos de habilitações quase à-lá-minuta.
Hoje, os sindicatos mais representativos, continuam amarrados ao frentismo sindical da Função Pública. Dirigem os professores como podem. E pouco podem. Não estão isentos de grande responsabilidade na regressão da carreira docente actual.
Os sindicatos não gostam de quem possa usar das suas prerrogativas. Ou mexer na vaca sagrada da sua capacidade de mobilização. Não suportam que grupos de professores independentes resolvam convocar manifestações de desagravo.
A uma manifestação marcada para dia 15 de Novembro, pela Associação dos Professores e Educadores em Defesa do Ensino (mais uma organização!), a Fenprof reage convocando, e antecipando, outra manifestação para dia 8, lançando o anátema de divisionismo, e de ter o Ministério por parceiro, à APEDE. Outra censura não seria de esperar. A tentação daquela federação de tutelar hegemonicamente a vida profissional dos professores é grande. Vem de longe. É anterior aos tempos da "unicidade sindical". Remonta ao remoto Outubro de 1917.
Não se questiona o direito constitucional inalienável de existência de associções e sindicatos. Mas, no meio de tão eclética diversidade de organizações, os professores atarantam-se. Deprimem. Não se exprimem. Ser bom professor também pode significar ter contencioso difícil de solucionar com a realidade exterior à escola.
Uma certeza tenho. Há quem se delicie, e muito, com tanta unidade dos docentes…
Ordem também desejam os docentes. Andam há décadas a tentar pôr ordem na pró-Ordem. Para que a Ordem possa nascer. Mas a sua desordem - pelo menos a intelectual - não consegue.
Por sua vez cada sindicato, dos mais de vinte que existem, parece não gostar da Ordem. A não ser da sua própria ordem interna. Em mais de trinta anos de democracia os sindicatos conseguiram melhorias para os professores, sobretudo salariais e relativas à progressão na carreira docente. Pouco mais. E, para os seus dirigentes, não poucas regalias. Desde anos a fio sem dar aulas, até complementos de habilitações quase à-lá-minuta.
Hoje, os sindicatos mais representativos, continuam amarrados ao frentismo sindical da Função Pública. Dirigem os professores como podem. E pouco podem. Não estão isentos de grande responsabilidade na regressão da carreira docente actual.
Os sindicatos não gostam de quem possa usar das suas prerrogativas. Ou mexer na vaca sagrada da sua capacidade de mobilização. Não suportam que grupos de professores independentes resolvam convocar manifestações de desagravo.
A uma manifestação marcada para dia 15 de Novembro, pela Associação dos Professores e Educadores em Defesa do Ensino (mais uma organização!), a Fenprof reage convocando, e antecipando, outra manifestação para dia 8, lançando o anátema de divisionismo, e de ter o Ministério por parceiro, à APEDE. Outra censura não seria de esperar. A tentação daquela federação de tutelar hegemonicamente a vida profissional dos professores é grande. Vem de longe. É anterior aos tempos da "unicidade sindical". Remonta ao remoto Outubro de 1917.
Não se questiona o direito constitucional inalienável de existência de associções e sindicatos. Mas, no meio de tão eclética diversidade de organizações, os professores atarantam-se. Deprimem. Não se exprimem. Ser bom professor também pode significar ter contencioso difícil de solucionar com a realidade exterior à escola.
Uma certeza tenho. Há quem se delicie, e muito, com tanta unidade dos docentes…
in Expresso, 20 de Outubro de 2008
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