A educação das crianças/jovens deve processar-se em ambiente o menos restritivo possível de modo a possibilitar o desenvolvimento cognitivo, linguístico, emocional e social. Portanto a escola regular pública deve ser privilegiada.
Sempre que as características o justifiquem deverão ser feitas adaptações curriculares e de avaliação, medidas previstas no DL n.º 319/91 de 23/08.
A deficiência auditiva traduz-se numa incapacidade total ou parcial para ouvir sons, devido a uma lesão do sistema auditivo.
Já pensaram na hipótese de os ouvintes serem a minoria? Como reagiriam?
Segundo Melo, A.P (1986, p. 18), “um surdo é um deficiente auditivo, mas um deficiente auditivo pode não ser um surdo”.
de acordo com a causa e localização da lesão no aparelho auditivo, podemos considerar três tipos de surdez:
Surdez de transmissão – existe apenas um abaixamento da acuidade auditiva devido a uma alteração da função de transmissão aérea das ondas sonoras.
Surdez de percepção – a transmissão mecânica das vibrações sonoras é feita normalmente, mas a sua transformação em percepção auditiva está perturbada. Existe, assim, uma dificuldade na identificação e integração da mensagem.
Surdez mista – há simultaneamente lesão do aparelho de transmissão e de recepção.
Comunicação: As pessoas surdas apoiam-se na visão para comunicar. Assim, a fala deve ser clara e articulada e a boca deve estar tão visível quanto possível, de modo a permitir à pessoa surda ler os seus lábios.
O grau de hipoacusia não é totalmente determinante nesta capacidade auditiva. Um dos grandes problemas na educação de surdos, foi desde sempre, o da comunicação dentro da sala de aula, o que leva à utilização de vários recursos e ajudas educativas, desde os mais simples, como a tentativa de comunicação por gestos mais ou menos naturais, aos mais sofisticados sistemas informáticos modernos, recorrendo aos interlocutores às mais diferentes forma de comunicação: auditivas/orais, visuais, tácteis, gustativas, etc.
Um dos recursos mais bizarros, consistia na ingestão de líquidos ou alimentos para favorecer a produção de sons.
Na sala de aula deverão ser privilegiados os meios visuais de comunicação, sendo importante encaminhar o aluno para o recurso à interpretação em L.G. e à legendagem.
Não hesitar: o uso de gestos de apoio e linguagem corporal; escrever num papel, utilização das novas tecnologias como o telemóvel SMS, PC, Retroprojector, vídeo, slides (...).
Para atingir a atenção de uma pessoa surda aproxime-se dela pela frente e, se necessário, toque-lhe no ombro ou no braço.
Leitura labial: È o meio pelo qual as pessoas surdas recebem a comunicação. A leitura da fala é a interpretação visual da comunicação falada. É uma habilidade importante para surdos com audição reduzida – a leitura da fala ou labial.
O método oral auditivo consiste no uso da audição residual amplificando o som, ensinando a leitura labial e a fala.
Método Rochester, consiste na combinação do oral com a soletração com os dedos. Processa as informações através da leitura labial, amplificação e soletração com os dedos. A resposta é através da soletração com os dedos e da fala.
O método auditivo, para crianças que conseguem tirar proveito do treino auditivo se aplicado precocemente.
Método de comunicação total, simultâneo ou combinado, apresenta a soletração através dos dedos, sinais, leitura labial, fala e amplificação auditiva em simultâneo.
Jacinto Figueiredo, 19/05/2006.