18 Março,
2016 por ZAP
(dr) EDP.pt
António
Mexia, presidente da EDP
O aumento do
salário do presidente da EDP, António Mexia, está a causar indignação,
nomeadamente entre deputados do PS. Com o incremento salarial proposto, o
gestor pode ganhar até cerca de 6.800 euros por dia.
A Comissão de Vencimentos da EDP, liderada por Yang Ya, do grupo China Three Gorges (o maior accionista da empresa), propôs um aumento anual de 600 mil euros para o vencimento máximo de Mexia.
O presidente
da EDP deverá assim, passar a ter um salário anual de 800 mil euros,
ao invés dos 600 mil euros ganhos no ano passado.
No entanto, se
os objectivos definidos para a empresa forem cumpridos, no final do ano, Mexia
pode amealhar um total de 2,5 milhões de euros – uma média de 6.850 euros por dia -, o que constitui um
aumento de 31% em relação à globalidade dos rendimentos que obteve em 2015, que
se situaram nos 1,9 milhões, de acordo com o Jornal de Negócios.
A proposta
de aumento salarial ainda vai ser votada na Assembleia-Geral de accionistas, no
próximo dia 19 de Abril.
Entre as
justificações para este incremento no ordenado, aponta-se a intenção de
“alinhar a actual política com as praticadas no mercado” e o objectivo de “um maior
alinhamento com o interesse dos accionistas“.
O caso está
já a causar polémica, nomeadamente entre deputados do Bloco de Esquerda e do
PS.
O socialista
Tiago Barbosa Ribeiro fala em “imoralidade”, salientando que estão em
causa a “decência” e as “desigualdades salariais”, conforme comentário escrito
na sua página de Facebook.
“Vale a pena
lembrar que o milionário Mexia queria pôr os contribuintes a pagar o
alargamento da tarifa social de electricidade que, entre outras coisas,
pagariam parte do seu salário”, escreve ainda o deputado do PS.
A bloquista
Mariana Mortágua, também no seu perfil do Facebook, releva por seu lado que houve “tanta
indignação porque o salário mínimo vai aumentar 25 euros, para 6.360 euros ao
ano” e que agora há “tão pouca indignação por isso ser o mesmo que Mexia ganha
num dia (à custa das contas de electricidade pagas por quem trabalha com o
salário mínimo)”.
A Comissão
de Vencimentos da EDP também propõe o aumento dos salários do
director-financeiro Nuno Alves e do presidente executivo da EDP
Renováveis, João Manso Neto, dos 480 mil euros anuais para os 560 mil
euros cada um.
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