quarta-feira, dezembro 08, 2010

ADD 2010

Paulo Lemos
Este modelo de Avaliação do Desempenho
Docente da Ministra Isabel é MUITO mais burocrático e PENALIZADOR para
os avaliadores e avaliados do que o modelo simplificado da Ministra
Maria de Lurdes Rodrigues.
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Paulo Lemos
‎"a) Agora há dois escalões sujeitos a vagas (que o governo nunca abrirá, pois é alguém de má fé) e três em que há condições para o respectivo ingresso (aulas observadas).

b) Agora qualquer professor pode avaliar colegas, até eu qu...e estou no 3.º escalão e sem formação para avaliar docentes vou avaliar colegas com mais tempo de serviço, porque alguém achou que eu tinha perfil.

c) Os resultados dos alunos voltaram a contar, uma vez que se tem de cumprir as metas estabelecidas no Projecto Educativo (que foi elaborado em função de alunos que ainda não tinham consciência de que bastava ir algumas vezes às aulas para no final transitar de ano).

d) Os documentos aprovados na minha escola são tão burocráticos que todo o processo ocupa cerca de um resma de papel em impressões por avaliado (e eu tenho de avaliar 4 ou 5!) e já retiraram a impressora da sala dos professores para que nós os imprimíssemos em casa (o Sócrates vai ter cá uma sorte!). Só o documento de observação de aula tem 5 páginas. Foi dito que todos os documentos que requeriam assinaturas teriam de ser entregues em papel. (Adeus milhões de árvores! Não há fotocópias para fornecer ao aluno fichas de trabalho, mas para crucificar professores até nasce dinheiro no chão!)

e) Antigamente, era a CCAD que decidia os 25% de classificações superiores a Bom, agora os Coordenadores de Departamento com os relatores é que têm de discutir (quem sabe à “batatada”) a quem atribuir essas menções, onde também estão incluídos esses relatores e coordenadores. Assim os relatores, se quiserem tirar Muito Bom ou Excelente, terão de baixar as notas dos seus avaliados para haver cotas também para alguns avaliadores, violando claramente o código do processo administrativo, em que um funcionário não pode ser parte interessada num processo avaliativo. Vai ser cá uma guerra!!!

f) Como os avaliados podem entregar a auto-avaliação aos relatores até 31 de Julho e o processo avaliativo dos contratados terá de ser concluído até ao dia 31 de Agosto, eu tive a ingenuidade ou ousadia de perguntar pelas férias dos relatores e o Sr. Director teve a “delicadeza” de revelar a sua solidariedade e comentar que também não tinha férias, esquecendo-se dos 800 euros mensais que ganha de gratificação por manter os “cordeirinhos” na ordem e das férias que tira noutras alturas, em que os cruzeiros são mais baratos, pois ninguém lhe marca falta, enquanto aqueles que, além de avaliar colegas também têm de dar aulas, não o podem fazer.

g) Antigamente, os professores que não eram titulares e tinham a tarefa de avaliar colegas tinham uma remuneração equivalente à dos titulares, agora os relatores (como todos os funcionários públicos, excepto os dos Açores e das empresas públicas que dão prejuízo) ainda vão ser roubados inconstitucionalmente nos seus salários.

h) Eu, como sou relator serei avaliado por um coordenador de outro grupo de recrutamento. É uma salada russa disparatada!

i) Como relator (delator), também me disseram que tenho de ir contar as faltas de colegas. Já não chega ter de registar as faltas dos meus alunos, também tenho de “cheirar” a natureza das faltas dos meus colegas, se repuseram aulas ou se permutaram ou…
Como os sindicatos dos professores ainda estão inebriados com o sorriso da sereia, resta aos Movimentos dos professores despertarem novamente para a luta contra este sistema burocrático de avaliação em que uns se avaliam aos outros concorrendo às mesmas cotas!
Desculpem o simples desabafo, mas este texto foi escrito num intervalo de 15 minutos e está a tocar para a entrada."

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