b) De pé, da esquerda para a direita
1 – António Garcia
2 – José do Vaca (Falecido)
3 – José da Estela
4 – João Batista, do Soutulho
5 – Adelino do Beleza
6 – António Queiroz
7 – Professor Carvalho
Pequena história
Há uma pequena história relacionada com os alunos que fizeram a 4ª classe em 1956 e que integram a fotografia 2. É a seguinte:
No dia do exame (feito em Viseu, na Escola de S. Miguel, perto do Fontêlo) o Professor Pinheiro levou-nos a casa dele, em Sabugosa, onde nos ofereceu “um lanche”, de broa, azeitonas e presunto, debaixo de um enorme pinheiro manso que me parece que estava no pátio da casa.
No fim do lanche a régua que sempre utilizou para nos castigar quando era necessário, foi dividida com uma serra, em 11 bocados cada um dos quais foi oferecido a cada um dos alunos que ficaram aprovados no exame. Nessa cerimónia o Professor Pinheiro fez-nos lembrar que o bocadinho da régua serviria, na nossa vida, para nos lembramos que ela também ajudou o processo de aprendizagem que nos permitiu passar no exame.
Tive esse bocadinho de régua guardado durante muito tempo. Mas depois perdi-o, com muita pena minha.
Cascais, 2 Janeiro de 2009
Pequenas histórias
1 – Carros
O primeiro carro de Vila Chá de Sá era um Ford, sem mala (dois volumes) pertencente ao Zé do Piegas (anos 50 do Século XX).
Vinham a VCS carros de aluguer muito bonitos e grandes, nomeadamente o de um o Senhor muito conhecido na terra, que se chamava, suponho, Crisóstomo.
2 – Casamento da D. Guidinha
Não me recordo em que ano terá acorrido mas esse dia foi memorável na medida em que VCS viu gente fina, trajada a rigor. Alguns dos personagens vestiam farda (uns militares e outros com a vestimenta da realeza), senhoras vestidas como nunca se tinha visto.
O terreiro (chamado Terreiro da D. Dores) encheu-se de carros, grandes e luxuosos, dos mais diversos modelos e das melhores marcas, designadamente Mercedes (arrastadeiras, como as que eram utilizadas pelo Hitler). Para uma aldeia rural onde raramente acontecia algo diferente do que trabalhar os campos levou a que parte dos cidadãos fossem ver o que estava a acontecer e, sobretudo a miudagem, ficavam de boca aberta cada vez que chegava um carro, qual deles o mais bonito e luxuoso. Então a criançada rodeava as viaturas a examiná-los e a ver os comandos. Mas logo alguém se apressava a afastá-los para não os sujarem com as mãos.
3 – Circo
Um dos motivos de distracção dos cidadãos de Vila Chã de Sá, que eram poucos, era os circos que nos visitavam e que corriam o País, de terra em terra. Ficavam em VCS alguns dias, por vezes uma semana e instalavam-se no Terreiro da D. Dores onde, à noite apresentavam um espectáculo que incluía diversos números de ginástica, contorcionismo, palhaços, trapézio, trabalho com animais, quase sempre um pequeno macaco.
Os artistas ficavam instalados em tendas no próprio local onde faziam a apresentação dos números de circo.
Aos espectadores que assistiam ao espectáculo em pé, à roda dos artistas, era pedido contributo em moedas que eram colocadas num chapéu ou numa lata que corria a assistência. Normalmente os artistas pediam aos espectadores que fossem generosos nos contributos. Mas, no fim do peditório, ficava sempre um lamento porque no chapéu apareciam quase só moedas negras (1 e 2 tostões) quando o que os artistas apreciavam eram moedas de 5 ou 10 tostões (um escudo).
4 – Filmes
Outro motivo de distracção era assegurado pela passagem por VCS de projecções de filmes. A projecção ocorria, normalmente, na garagem da D. Dores, situada também no Terreiro da mesma Senhora. Lembro-me que foi aí que, pela primeira vez, em VCS se viu um filme onde se projectava as diabruras do Chalot, no caso, o Charlot Bombeiro.
5 – Festa do Povo
Mas o verdadeiro momento de distracção dos cidadãos de VCS era assegurado pela Festa do Povo, que ocorria em pleno Verão (Julho ou Agosto), e que, durante 2 ou 3 dias, Sábado Domingo e às vezes 2ª feira, animava todos os cidadãos.
À época (anos 40 e 50 do século XX, vaio cerca de 60 anos, o dia da Festa da Povo era também um dos dias em que as famílias se esforçavam por fruir de “rancho melhorado”, utilizando carnes nas refeições de Domingo, quase sempre matando um coelho ou uma galinha, mas também comprando carne de ovelha no Sr. Eduardo Cardoso.
Havia sempre gente, incluindo crianças, a assistir à matança dos animais, desde o sangramento até à divisão em pedaços e respectiva venda.
À Festa do Povo ocorriam muitas pessoas de que provinham das aldeias das redondezas e que enchiam por completo o Terreiro da D. Dores (mais tarde foram realizadas noutros locais, por exemplo os Castanheiros). A música tocada por grupos que vinham de fora, normalmente de Viseu, animavam os espectadores e punham a juventude a dançar. Era também o momento de se arranjar os namoricos.
Cascais, 2 de Janeiro de 2009
José Figueiredo
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