sexta-feira, dezembro 21, 2007

Escolas, democracia em causa!

Governo quer pôr fim ao que resta
da participação democrática na gestão das Escolas!

informacao@sprc.pt

Confirmou-se os professores e educadores temiam – o Governo apresentou o seu projecto de acabar com o que resta da participação democrática na gestão das escolas.

Neste projecto o Governo quer:

v acabar com o processo de participação alargada e directa na eleição dos órgãos de gestão das escolas e agrupamentos;

v colocar os professores em clara minoria no Conselho Geral;

v impedir que os professores possam exercer a função de presidente do Conselho Geral;

v criar um órgão unipessoal de gestão – o Director;

v reforçar, obsessivamente, a concentração de poderes no Director;

v permitir que um docente do ensino privado possa ser director de uma escola ou agrupamento público;

v impor a nomeação, pelo director, de todos responsáveis pelas funções de gestão intermédia (coordenadores de departamentos, conselho de docentes, directores de turma, coordenadores de estabelecimento).

As dificuldades das escolas e os problemas com os resultados escolares dos alunos não resultam do seu modelo de direcção e gestão.
As escolas portuguesas não precisam de gestores de carreira.

As escolas precisam de:

  • professores e educadores motivados,
  • poder usar de flexibilidade na sua organização e funcionamento,
  • turmas com menos alunos,
  • horários de trabalho para os professores compatíveis com o exercício da profissão,
  • mais professores e trabalhadores não docentes,
  • menos burocracia e papelada,
  • espaços humanizados e agradáveis para os jovens,
  • actividades de enriquecimento curricular que não retalhem o horário lectivo e não sejam uma sobrecarga para os alunos,
  • laboratórios e materiais didácticos que favoreçam metodologias de trabalho mais experimentais e activas.

Mas, as escolas e o país precisam também:

  • que as famílias não gastem centenas de euros em livros e material escolar no início de cada ano,
  • que a acção social escolar responda às necessidades daqueles (muitos) portugueses que vivem com grandes dificuldades.

O país e as escolas exigem que os jovens vislumbrem reais perspectivas de emprego e que um melhor nível de formação e de escolaridade lhes garanta melhores salários.

O país precisa de um Ministério da Educação que não trate os professores como malfeitores.

As escolas não precisam de gestores. O Governo sim, precisa de gestores nas escolas porque não tenciona responder ao que o país e as escolas necessitam.

O país precisa de mudar de política.
Mas, neste como noutros domínios, o Governo não terá vida fácil.

A luta dos professores estará à altura do desafio.

>> ler Projecto do ME

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