Exmos. Senhor: Director do Diário Regional de Viseu.
Não sou profissional da matéria, mesmo assim. Sinto o dever em manifestar a minha opinião.
Como leitor e colaborador, assíduo, do jornal que V.ª Exa. dignamente dirige venho por este meio mostrar alguma indignação relativamente à notícia de Quarta-feira, 2 de Agosto 2006 relativa a:
“Vila Chã de Sá rejubila com a subida à 1.ª Divisão Distrital”.
1 – Parece-me que seria de bom-tom e respeito terem referenciado o principal responsável, o PRESIDENTE Sr. Adelino Marques, da ASSDRC (Associação de Solidariedade Social Desportiva Recreativa e Cultural de Vila Chã de Sá). Uma reportagem isenta e abrangente traria mais cultura à Freguesia através da curiosidade, habituação de leitura do jornal!
2 - Não me parece bem menosprezar uns e enfatizar outros que somam a acumulação de lugares como quem colecciona moedas mesmo que para isso a capacidade seja duvidosa.
3 – Seria interessante uma abordagem com maior profundidade de todos os clubes e toda a actividade desportiva, em forma de síntese, da Freguesia especificamente da ASSDRC. Desporto não é só futebol!
Sem prejudicar o essencial da notícia a mesma deveria contemplar:
a) Vila Chã de Sá, Freguesia do Concelho e Distrito de Viseu, orago S. João Baptista, está situada a
Com cerca de 2.000 habitantes, ocupa uma área de 837 há, integra o Soutulho e os Lagares, está situada entre-os-rios; Pavia e Dão.
Apesar de falta de documentação directa, deve considerar-se muito anterior ao séc. XII e, talvez ascenda ao tempo de algum Castro.
Vila Chã, em que o próprio termo Vila representa o arcaico “Villa”, no sentido territorial-agrário que se estendia por um plano, e daí o qualificativo de “Chã”.
As inquirições de 1258 sobre esta Freguesia chamam ao lugar apenas e sempre “Villa Plana” ou “Villa Chaa” e nunca de Sá.
Beneficiou, em 7 de Maio de 1514, de Foral Manuelino, outorgado a Barreiro.
Com algumas características e vivências rurais, os habitantes dedicam-se à agricultura, comercio, serviços e indústria.
É servida quase na totalidade de água domicílio e saneamento básico, está em construção, que devia ter 20 anos, a desejada ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais).
Existem dois estabelecimentos de educação e ensino (Creche, Pré-escolar e 1.º CEB). Valências pouco dinamizadas a avaliar pelas críticas dos níveis seguintes e sendo todos nós responsáveis pelo atraso e recuperação?
b) A.S.S.R.D. Associação de Solidariedade Social Recreativa e Desportiva:
A nível social tem uma Associação tendo como objectivos: a recreação, cultura e desporto, destacando-se pela actividade desenvolvida em prol dos idosos e das crianças, necessita de um Lar para a terceira Idade.
Inicialmente designada de Associação Desportiva Recreativa e Cultural, com o seu grupo GITAV (grupo de Intervenção Teatral da Associação de Vila Chã de Sá), foi criada em 12 de Junho de 1974, com objectivos muito claros de dinamização de toda a Freguesia e com estatuto de utilidade pública.
O projecto da Associação nasceu, portanto com o propósito de dar resposta a esta necessidade e um outro, não menos importante, o de servir toda a população, atingindo todos os seus escalões etários.
Este projecto começou a ser executado em 1977 e as obras de construção da sua Sede Social iniciaram-se em 1978 com o apoio dos seus associados e a colaboração de outras entidades.
As Direcções, conjuntamente com outros sócios, têm trabalhado afincadamente no sentido de dar corpo a esta obra gratificante que tem compensado longos anos de muitos anseios, muitos sacrifícios e muitas expectativas.
O sonho inicial, começa a ser uma realidade. A colectividade dispõe de um Centro de Dia de apoio domiciliário à 3ª idade e em vias de construção o desejado Lar para pessoas com mais idade, um Pavilhão Polivalente para as práticas desportivas, ao que parece não serve os residentes, e realizações culturais, um Jardim-de-infância e uma Creche.
Para além do Clube de futebol, autónomo, funciona e existem, também mais dois clubes desportivos: o de “Caça e Pesca dos Três rios” com uma área de pesca e caça reservada, tendo prestado um bom trabalho na zona a nível florestal e protecção cinegética e, está a fazer um aproveitamento, notável, do lago da Pedra D`Águia (…) que surgiu após a exploração de granito para asfaltagem do IP3. Também o clube “Rasga a Mata” com pista de Trial e que a todos delicia com as suas acrobacias e pelo contributo na abertura e limpeza de caminhos fazendeiros (...).
c) Julgo que uma notícia destas deveria ser acompanhada por foto da equipa que, a pedido, oportunamente enviei.
Jacinto Figueiredo, 02-08-2006.
Quarta-feira, 2 de Agosto 2006
Vila Chã de Sá rejubila com a subida à 1.ª Divisão Distrital Vila Chã de Sá é uma freguesia rural dos arredores da cidade de Viseu, onde antes de 1974 não existia qualquer associação que pudesse contribuir para o seu desenvolvimento. Para que hoje o panorama seja totalmente diferente, deve-se ao grande empenhamento de algumas das pessoas ali residentes e desejosas de verem o progresso chegar à sua terra. De facto, a vontade de fazer algo que tirasse a freguesia do anonimato, levou a que fosse iniciado o processo de criar a Associação de Solidariedade Social Recreativa Desportiva, o que não demorou muito a concretizar, porque nessa altura a força e a vontade das pessoas envolvidas removeu montanhas. Passados pouco mais de trinta anos, aquela Associação constitui hoje o grande motor do progresso desejado por todos os seus habitantes. É graças ao clube/associação que em Vila Chã de Sá, existe hoje uma Creche e um ATL que para além da sua função de receber crianças ainda dá apoio domiciliário às pessoas carenciadas na ajuda alimentar e medicamentosa e que não podem sair das suas residências. Mas os responsáveis pela ASSRD de Vila Chã de Sá, têm a consciência de que a cultura e o desporto são valências muito importantes para o bem estar das pessoas, para a formação da juventude local e não só, tanto nos aspectos cultural como desportivo. A saúde é um factor primordial para haver desenvolvimento e progresso e, nessa perspectiva, o desporto é uma das actividades que a Associação de Solidariedade Social Recreativa Desportiva desenvolve de forma regular e federada. Objectivo desportivo acabou por ser atingido A verdade é que a Associação tem as duas vertentes bem definidas e uma não mexe com a outra. A actividade social tem as suas funções bem definidas e a desportiva é feita com bases assentes numa programação própria, de forma a que não haja desvios de verbas e que possam comprometer uma ou outra actividade. Assim, dentro da própria Associação foi formada uma Comissão Autónoma, exclusivamente virada para gerir as receitas dos jogos e outros eventos desportivos, de modo a serem aplicadas apenas no desenvolvimento das actividades desportivas. Desse modo, fica assegurada uma gestão que não se imiscui naquela que é feita para a solidariedade social e cultural. Quanto ao futebol, não há dúvida que a freguesia está a viver um momento alto do seu ainda curto historial. Em três épocas seguidas, a Associação Desportiva de Vila Chã de Sá, conseguiu chegar à 1.ª Divisão Distrital, nesta altura o segundo maior escalão sé-nior da Associação de Futebol de Viseu. Na temporada anterior, na disputa da "liguilha" não conseguiu, na lotaria das grandes penalidades, superar a turma do concelho de Penedono, "Os Ceireiros", falhando assim a subida directa à 2.ª Divisão Distrital e que era, sem dúvida, o seu objectivo. Contudo, o facto de ter chegado à "liguilha" acabou por ser muito útil, para viver o momento actual que é o da chegada à 1.ª Divisão Nacional, que corresponde à 2.ª Divisão da época finda, pois o escalão mais alto passou a designar-se de Divisão de Honra. «Foi com muita alegria que recebemos a notícia« Diário Regional de Viseu conversou com José Ernesto, o presidente da Junta de Freguesia, e um dos grandes entusiastas pelo desporto em Vila Chã de Sá, sobre o que sentia com esta promoção, ainda que na secretaria, e que se deveu à desistência do clube Riodades, do concelho de S. João Pesqueira. Aquele conhecido autarca, afirmou-nos que «foi com regozijo que foi recebida a notícia de que o Vila Chã de Sá tinha subido à 1.ª Divisão Distrital, o que vai valorizar ainda mais a nossa freguesia». Mas José Ernesto, disse ainda que «a Junta de Freguesia vai continuar a ajudar e a apostar na vertente desportiva, para que os jovens tenham uma formação mais saudável» «Não estamos nada arrependidos do que já investimos no desporto. Bem pelo contrário, pois afinal estamos a colher os frutos da nossa sementeira. A Junta de Freguesia está com a Associação Desportiva e consciente de que a cultura e o desporto são dois vectores inseparáveis para o desenvolvimento da nossa terra», garante José Ernesto. Assim, reafirma que «a Junta de Freguesia tudo fará para apoiar cada vez o desporto, dando à população a oportunidade de poder sentir-se bem na sua terra, usufruindo de momento de lazer bastante agradáveis». Refira-se que José Ernesto é também o presidente da Assembleia Geral da Associação de Solidariedade Social Recreativa e Desportiva de Vila Chã de Sá. «Estamos orgulhosos pela subida à 1.ª Divisão em três épocas» Um dos elementos responsáveis pelo futebol dentro da Associação é José Oliveira que contactado pelo nosso jornal, afirmou «ter com orgulho em chegar à 1.ª Divisão Distrital em apenas três épocas, o que não muito fácil acontecer». Perante o novo panorama do futebol que se apresenta à Associação, aquele dirigente, garante que «os objectivos passam pela manutenção». Para isso vai contar com a maioria dos jogadores (oitenta e cinco por cento) da época passada, e mantendo-se como treinador principal, Augusto Oliveira, que vai ter como ajunto, o Jorge. «Estamos convencidos que temos equipa, que vai ser reforçada com mais dois ou três atletas, para conseguir esse objectivo com tranquilidade», disse José Oliveira, acrescentando que o facto de ter chegado ao segundo escalão maior da AF Viseu, através da secretaria, devido à desistência do Riodades, «isso não tira o mérito ao clube, pois na "liguilha" faltou-nos a sorte e o facto de lá termos chegado, deu-nos agora essa compensação». A verdade é que o Vila Chã de Sá disputou na época passada a Série Sul, onde o Pinheiro de Lafões se apresentou bastante forte e acabou por ser o campeão, ficando a equipa dos arredores de Viseu no segundo lugar, dando-lhe o direito de disputar com o Ceireiros (2.º da Série Norte), a terceira vaga na 2.ª Divisão Distrital A turma comandada por Augusto Oliveira conseguiu manter alguma regularidade na prova, apesar de nas primeiras jornadas da prova ter havido alguns deslizes que podem ter tirado o primeiro lugar ao conjunto. Mas chegar ao primeiro lugar, contra a turma do Pinheiro de Lafões, era uma tarefa quase impossível, pelo que o objectivo da segunda posição foi atingido e foi agora decisivo para ocupar a vaga deixada pelo Riodades. 28 equipas vão disputar a 1.ª Divisão Distrital Já se sabe que a 1.ª Divisão Distrital da AF Viseu vai ser disputada em duas Zonas com 14 clubes cada. Com toda a certeza que o Vila Chã de Sá vai ficar integrado na Zona Sul, o que pode ser uma vantagem, tudo dependendo da escalonação das equipas que se inscreveram para a 1.ª Divisão, porque o Riodades era "cliente" da Zona Norte e alguém que em princípio ficaria na Zona Sul, terá de passar para a outra. Já agora refira-se que a Divisão de Honra, a primeira vez que é organizada, vai ser disputada por 16 equipas e a 2.ª Divisão Distrital por 24, divididas por duas Séries que, obviamente, terão doze clubes cada. Por informações colhidas, na próxima semana a AF Viseu dará a conhecer todos os clubes filiados e inscritos para as provas que vai organizar na época de 2006/2007. Para já pode dizer-se que o futsal voltou a ter um aumento na filiação e inscrição de clubes, naquela Associação.
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