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RECEITA HABITUAL PARA UMA DESONESTA ASCENSÃO AO PODER NAS ESCOLAS DE PORTUGAL
O Princípio do Erro – um modelo viciado de eleição das direções escolares.
O atual modelo de eleição da direções escolares, peca pela panelinha política em que se tornou o Conselho Geral.
Não foi por acaso que este órgão foi criado para eleger o Diretor, já que é óbvia a má intenção de facilitar o acesso ao poder por parte dos mais incompetentes, os que se tornam rapidamente nos ditadorzitos que enxameiam algumas, muitas, escolas do nosso país.
A mentalidade de que quem deve mandar devem ser os mais incompetentes leva a que, na realidade, a sua insegurança pedagógica se reflita nas atitudes de desprezo também pelos colegas no real exercício do poder sem autoridade. Autoridade é ter o respeito dos membros da organização que se administra e não impor o medo para se ser aceite. Em suma, autoridade é saber gerir as relações humanas com justiça e equidade, com desprendimento das tentações de se colar eternamente à cadeira!
E o pior é que este poder é exercido por docentes que fugiram como o diabo foge da cruz das salas de aula. Pessoas que em muitos casos estão dezenas de anos afastadas da realidade de uma sala de aula. Por isso é que quando lhes chega um problema disciplinar ao gabinete, normalmente sacodem a água do capote e chegam mesmo a humilhar os colegas quer pela inoperância pronta e eficaz em tempo útil, quer acusando-os de, como está na moda, “não saberem gerir conflitos na sala de aula”. Enfim, o deixar arrastar situações para nada se fazer!…
Estas direções têm normalmente o seu momento de glória aquando da distribuição dos horários aos docentes de quem não gostam, em muitos casos porque estes foram ao longo do ano anterior demasiado competentes para porem em causa a incompetência da Direção.
Por isso, a entrega dos horários sobrecarregados e espartilhados a estes docentes constitui o momento da vingança anual, a glorificação do ódio acumulado por falta de argumentos, a expressão máxima da mesquinhez, do desprezo pelos direitos profissionais e humanos dos colegas – e que já nem isso significam para eles, a humilhação pública, o exercício do poder que compraram em troca de favores informais.
Uma direção intelectualmente desonesta exerce poder e não autoridade. Para se exercer autoridade deve-se ter conhecimentos sobre como lidar com os profissionais que se gere. Em geral os professores são uma classe profissional instruída ao ponto de não precisar de ser tratada como gente acéfala que para ser dominada tem de ter rédea curta. Mas o medo da perda rápida do poder faz com que muitas direções exerçam uma verdadeira ditadura nas escolas. Estas direções acham que gerem uma escola, mas na realidade não gerem, decapitam-na no que de mais sagrado ela devia ter – um espaço de responsável exercício da liberdade, um exemplo de contra-ditadura.
Mas assim não é, por isso é que as ditaduras crescem em meio escolar como ervas daninhas!
O pior de tudo é que o fazem em parte a coberto da própria lei, preparada com a conivência de certas organizações sindicais que tão caladas ficaram depois de aprovado o injusto modelo de gestão.
As direções escolares, não é raro, contornam grosseiramente a lei, exercendo o seu poder sem respeito por esta, muito e sobretudo por via do desconhecimento dos geridos acerca dos seus direitos.
Mas, determinadas atitudes tomadas pelas direções, atentatórias dos mais elementares direitos dos professores são levadas às costas dos humilhados, sobretudo devido ao medo dos geridos de reclamar do que quer que seja, para não terem o tal horário anual mau que se costuma oferecer aos que se julga serem opositores internos, ou para não serem escorraçados por via de um horário zero ou de uma não renovação do contrato.
As direções escolares para serem reeleitas começam por analisar quem lhes interessa estar no Conselho Geral. O trabalho de bastidores faz-se normalmente junto dos que têm medo de represálias, dos outros de sempre, daqueles que receberam os tais bolos de chocolate em forma de horários com dia livre a preceito e cargos sem componente letiva há muitos anos por a eles estarem colados. Mas também aqueles a quem se pagou um copo, os das sedes partidárias que normalmente tomaram conta do município. Depois há o representante dos pais, quantas vezes escolhido a dedo e apresentado num momento de eleição rápida, irrefletida, sem conhecimento da pessoa, porque alguém tinha de ser, por braço no ar.
Enfim, os da mesma pinta, os inertes, os que aceitam um cheque em branco em forma de um lindo e floreado projeto para gerir uma escola!
Assim, o Conselho Geral fica completo com os não opositores, com os comprados com favores, por certo não puníveis por lei, mas errados porque sem lei.
Completo ainda ficará este quadro deprimente com os psicologicamente influenciáveis, os potencialmente bons mas imensamente frágeis, fragilizados pelo medo muitas vezes em forma de autêntico pavor. Enfim, feitios!….
O método é razoavelmente eficaz. E se, como se espera, não surgir nenhuma lista opositora que trabalhe da mesma forma para angariar uma eleição, a coisa está feita! E normalmente não surge, pois então!
Para aparecer uma alternativa a uma ditadura escolar é necessário que o modo de eleição do Diretor volte a ser como era, através do voto secreto de todos os professores da escola, sem intermediários, sem o Conselho Geral.
O Conselho Geral deve pois deixar de ter essa incumbência, senão não mais acabarão os atentados aos direitos humanos dos professores nas nossas escolas.
E, o principal desses direitos, é o direito de ver a sua dignidade respeitada!
Com este modelo de gestão as escolas portuguesas transformaram-se em autênticos campos de concentração em que muitos professores são humilhados até à exaustão – um autêntico Bullying profissional que tem como lema “O trabalho liberta”!
Claro que liberta… muitas direções de chatices, de reclamações, porque se fomenta o medo de reagir em muita gente. Ao fim e ao cabo, a velha técnica!
O curioso é ver os bufos, os vendidos, os hipócritas a servirem de satélites a direções obcecadas com o poder pelo poder. Aqueles que, de ouvidos bem abertos, numa atitude pidesca acartam novidades para as salas das direções colhendo os benefícios que já sabemos. Esses fingem, mascaram-se de ovelhas ingénuas e amigas, mas nunca enganam os mais atentos, por uma única razão, porque estão lá!
Há também aqueles cuja arrogância é tal, que ao entrarem nas salas de professores interrompem qualquer conversa com a sua presença, gerando o silêncio, o pânico nalguns casos, poucos. Mas, seguramente, o nojo na maior parte dos presentes.
Direções e lambe-botas.
Um dia ninguém se vai lembrar deles, porque… o limite da lembrança, é o fim do poder!
A partir daí serão esquecidos, desprezados, até por aqueles que por medo ou interesse os bajularam.
Vamos todos exigir a mudança do modelo de gestão das escolas!
RECEITA HABITUAL PARA UMA DESONESTA ASCENSÃO AO PODER NAS ESCOLAS DE PORTUGAL
O Princípio do Erro – um modelo viciado de eleição das direções escolares.
O atual modelo de eleição da direções escolares, peca pela panelinha política em que se tornou o Conselho Geral.
Não foi por acaso que este órgão foi criado para eleger o Diretor, já que é óbvia a má intenção de facilitar o acesso ao poder por parte dos mais incompetentes, os que se tornam rapidamente nos ditadorzitos que enxameiam algumas, muitas, escolas do nosso país.
A mentalidade de que quem deve mandar devem ser os mais incompetentes leva a que, na realidade, a sua insegurança pedagógica se reflita nas atitudes de desprezo também pelos colegas no real exercício do poder sem autoridade. Autoridade é ter o respeito dos membros da organização que se administra e não impor o medo para se ser aceite. Em suma, autoridade é saber gerir as relações humanas com justiça e equidade, com desprendimento das tentações de se colar eternamente à cadeira!
E o pior é que este poder é exercido por docentes que fugiram como o diabo foge da cruz das salas de aula. Pessoas que em muitos casos estão dezenas de anos afastadas da realidade de uma sala de aula. Por isso é que quando lhes chega um problema disciplinar ao gabinete, normalmente sacodem a água do capote e chegam mesmo a humilhar os colegas quer pela inoperância pronta e eficaz em tempo útil, quer acusando-os de, como está na moda, “não saberem gerir conflitos na sala de aula”. Enfim, o deixar arrastar situações para nada se fazer!…
Estas direções têm normalmente o seu momento de glória aquando da distribuição dos horários aos docentes de quem não gostam, em muitos casos porque estes foram ao longo do ano anterior demasiado competentes para porem em causa a incompetência da Direção.
Por isso, a entrega dos horários sobrecarregados e espartilhados a estes docentes constitui o momento da vingança anual, a glorificação do ódio acumulado por falta de argumentos, a expressão máxima da mesquinhez, do desprezo pelos direitos profissionais e humanos dos colegas – e que já nem isso significam para eles, a humilhação pública, o exercício do poder que compraram em troca de favores informais.
Uma direção intelectualmente desonesta exerce poder e não autoridade. Para se exercer autoridade deve-se ter conhecimentos sobre como lidar com os profissionais que se gere. Em geral os professores são uma classe profissional instruída ao ponto de não precisar de ser tratada como gente acéfala que para ser dominada tem de ter rédea curta. Mas o medo da perda rápida do poder faz com que muitas direções exerçam uma verdadeira ditadura nas escolas. Estas direções acham que gerem uma escola, mas na realidade não gerem, decapitam-na no que de mais sagrado ela devia ter – um espaço de responsável exercício da liberdade, um exemplo de contra-ditadura.
Mas assim não é, por isso é que as ditaduras crescem em meio escolar como ervas daninhas!
O pior de tudo é que o fazem em parte a coberto da própria lei, preparada com a conivência de certas organizações sindicais que tão caladas ficaram depois de aprovado o injusto modelo de gestão.
As direções escolares, não é raro, contornam grosseiramente a lei, exercendo o seu poder sem respeito por esta, muito e sobretudo por via do desconhecimento dos geridos acerca dos seus direitos.
Mas, determinadas atitudes tomadas pelas direções, atentatórias dos mais elementares direitos dos professores são levadas às costas dos humilhados, sobretudo devido ao medo dos geridos de reclamar do que quer que seja, para não terem o tal horário anual mau que se costuma oferecer aos que se julga serem opositores internos, ou para não serem escorraçados por via de um horário zero ou de uma não renovação do contrato.
As direções escolares para serem reeleitas começam por analisar quem lhes interessa estar no Conselho Geral. O trabalho de bastidores faz-se normalmente junto dos que têm medo de represálias, dos outros de sempre, daqueles que receberam os tais bolos de chocolate em forma de horários com dia livre a preceito e cargos sem componente letiva há muitos anos por a eles estarem colados. Mas também aqueles a quem se pagou um copo, os das sedes partidárias que normalmente tomaram conta do município. Depois há o representante dos pais, quantas vezes escolhido a dedo e apresentado num momento de eleição rápida, irrefletida, sem conhecimento da pessoa, porque alguém tinha de ser, por braço no ar.
Enfim, os da mesma pinta, os inertes, os que aceitam um cheque em branco em forma de um lindo e floreado projeto para gerir uma escola!
Assim, o Conselho Geral fica completo com os não opositores, com os comprados com favores, por certo não puníveis por lei, mas errados porque sem lei.
Completo ainda ficará este quadro deprimente com os psicologicamente influenciáveis, os potencialmente bons mas imensamente frágeis, fragilizados pelo medo muitas vezes em forma de autêntico pavor. Enfim, feitios!….
O método é razoavelmente eficaz. E se, como se espera, não surgir nenhuma lista opositora que trabalhe da mesma forma para angariar uma eleição, a coisa está feita! E normalmente não surge, pois então!
Para aparecer uma alternativa a uma ditadura escolar é necessário que o modo de eleição do Diretor volte a ser como era, através do voto secreto de todos os professores da escola, sem intermediários, sem o Conselho Geral.
O Conselho Geral deve pois deixar de ter essa incumbência, senão não mais acabarão os atentados aos direitos humanos dos professores nas nossas escolas.
E, o principal desses direitos, é o direito de ver a sua dignidade respeitada!
Com este modelo de gestão as escolas portuguesas transformaram-se em autênticos campos de concentração em que muitos professores são humilhados até à exaustão – um autêntico Bullying profissional que tem como lema “O trabalho liberta”!
Claro que liberta… muitas direções de chatices, de reclamações, porque se fomenta o medo de reagir em muita gente. Ao fim e ao cabo, a velha técnica!
O curioso é ver os bufos, os vendidos, os hipócritas a servirem de satélites a direções obcecadas com o poder pelo poder. Aqueles que, de ouvidos bem abertos, numa atitude pidesca acartam novidades para as salas das direções colhendo os benefícios que já sabemos. Esses fingem, mascaram-se de ovelhas ingénuas e amigas, mas nunca enganam os mais atentos, por uma única razão, porque estão lá!
Há também aqueles cuja arrogância é tal, que ao entrarem nas salas de professores interrompem qualquer conversa com a sua presença, gerando o silêncio, o pânico nalguns casos, poucos. Mas, seguramente, o nojo na maior parte dos presentes.
Direções e lambe-botas.
Um dia ninguém se vai lembrar deles, porque… o limite da lembrança, é o fim do poder!
A partir daí serão esquecidos, desprezados, até por aqueles que por medo ou interesse os bajularam.
Vamos todos exigir a mudança do modelo de gestão das escolas!
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Jorge Costa
Jorge Costa
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