terça-feira, fevereiro 19, 2013

Viseu Violência Doméstica comparativos

Posted: 18 Feb 2013 08:41 AM PST
Carlos Cunha
Carlos Cunha, professor e vogal da  CPD do CDS-PP, deixa aqui a sua opinião.
Vítimas de violência doméstica em Viseu: autarquia deu finalmente o primeiro passo…
«No decorrer desta semana, a Câmara Municipal de Viseu (CMV) anunciou que iria disponibilizar alguns apartamentos para as vítimas de violência doméstica, situados num prédio que está a ser recuperado pela Sociedade de Reabilitação Urbana Viseu Novo, no centro histórico, mais precisamente na Calçada da Vigia.
       
Apesar de ser uma obra prioritária, a CMV despertou, tardiamente, para este problema, que nos últimos anos tem vindo a aumentar de um modo preocupante, tanto ao nível nacional, como local. Esta problemática é fruto de múltiplas causas, encontrando-se à cabeça os problemas com o alcóol, a depedência de substâncias tóxicas ou económica e o desemprego.
       
De acordo com os dados da Direção Geral da Administração Interna, o distrito de Viseu, nos anos de 2009 e de 2010, ocupava o 9º lugar no ranking negro das estatísticas sobre violência doméstica com um total de 737 queixas, sendo 543 apresentadas à GNR e 194 à PSP. Em 2010, os casos de violência doméstica aumentaram para 763.
       
No referente ao género, a violência doméstica atinge principalmente mulheres, com um registo de 85% da média nacional. 80% dos casos ocorreram na residência e cerca de 44% registaram-se em frente de menores, sendo que a faixa etária com o maior número de incidências se situa entre os 25 e os 65 anos.  46% das vítimas são casadas, 30% solteiras e 15% divorciadas.
       
No respeitante às habilitações académicas, 21% das vítimas têm apenas o 1ºCEB, 17% o 12º ano e 9% apresentam formação académica de nível superior, verificando-se assim que a violência doméstica é um fenómeno transversal.
       
Em relação à profissão, 51% das vítimas têm emprego, 20% estão desempregadas, 10% estão reformadas, 12% são domésticas e 7% são estudantes.
       
Como se vê pela análise dos números, facilmente se conclui que os responsáveis da autarquia viseense acordaram tarde para este problema.  Mas lá diz o povo na sua imensa sabedoria que vale mais tarde do que nunca, pois, este apartamento, para além de ser um porto de abrigo, representará para quem o vier a habitar um recomeço e o início de uma nova etapa, mas para que tal aconteça é necessário colocar ao dispor das vítimas os apoios necessários, de modo a encontrarem a força suficiente que as ajude a superar uma das fases de maior debilidade emocional das suas vidas.
Carlos Cunha -  Professor do Agrupamento de Escolas de Viseu Norte (Abraveses), Conselheiro Nacional do CDS-PP eleito pelo Distrito de Viseu e Vogal da Comissão Política Distrital do CDS-PP.
Viseu, 18 de Fevereiro de 2013.»

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